O presidente americano Donald Trump teme a possibilidade de ser acusado de perjúrio se for questionado sob juramento pelo procurador especial Robert Mueller, que coordena a investigação sobre a possível interferência russa na campanha eleitoral.
Em uma entrevista nessa segunda-feira (20) à agência Reuters, Trump não respondeu se concordaria em responder às perguntas de Mueller sobre a eventual interferência de Moscou nas eleições de 2016.
Trump está preocupado com a possibilidade de que tudo o que diga a Mueller sob juramento seja comparado aos depoimentos de outras pessoas, como o ex-diretor do FBI James Comey, demitido pelo presidente republicano, e que a menor discrepância seja utilizada contra ele para acusá-lo de perjúrio.
"Se eu falo uma coisa e ele (Comey) diz outra e se é a minha palavra contra a palavra dele, e ele é o melhor amigo de Mueller, então Mueller poderia dizer: 'Bem, eu acredito em Comey', e mesmo que eu fale a verdade, isto me torna um mentiroso. Isto não é bom", declarou Trump.
O presidente voltou a chamar a investigação de tendenciosa e afirmou que tem o direito de intervir se assim deseja.
"Eu posso entrar, e eu poderia fazer o que fosso - eu poderia dirigir se eu quisesse. Mas eu decidi ficar de fora. Eu estou totalmente autorizado a estar envolvido se eu quisesse. Até agora, escolhi não estar envolvido. Eu vou permanecer fora", disse Trump.
Mueller deve determinar se funcionários russos atuaram na campanha presidencial americana de 2016, se existiu um conluio entre russos e a equipe de campanha do candidato republicano e se Trump é culpado de obstrução de justiça.