Ao menos 10 ministros australianos apresentaram pedidos de demissão, informa a imprensa do país, em um novo revés para o primeiro-ministro Malcolm Turnbull, que pode ser obrigado a enfrentar uma nova tentativa de destituição dentro do próprio partido.
A disputa interna foi revelada nessa segunda-feira (20), quando o primeiro-ministro se viu obrigado, em consequência da falta de apoio do partido, a desistir do projeto de incluir na legislação australiana a meta do país em termos de redução de gases que provocam o efeito estufa.
Após uma semana de protestos, Turnbull decidiu nessa terça-feira (21) declarar seu posto vago, o que levou a uma votação interna do Partido Liberal, na qual o chefe de Governo permaneceu no cargo. Turnbull recebeu 48 votos, contra 35 para o ministro do Interior, Peter Dutton, que renunciou ao cargo.
Apesar da vitória interna, a posição do premier, cujo partido está atrás da oposição nas pesquisas a 12 meses das eleições, ficou debilitada. Outros nove ministros também renunciaram a seus cargos, informaram os canais ABC e Sky News.
Turnbull, no entanto, aceitou apenas duas demissões: a de Dutton e a da ministra do Desenvolvimento Internacional, Concetta Fierravanti-Wells. Nesta quarta-feira (22), ele afirmou que os outros ministros "asseguraram inequivocamente sua lealdade e apoio".
Dutton, que muitos consideram mais conservador que o primeiro-ministro, estava à frente do ministério que comanda a polícia, a imigração e o serviço de inteligência.