A Espanha pode se tornar, em 2040, o país com a maior expectativa de vida do mundo, desbancando o Japão, informou um estudo nesta terça-feira (16), que afirma que a principal causa de morte prematura no país ibérico será o Mal de Alzheimer.
Nessa classificação estabelecida pelo Instituto de Avaliação e Métricas de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, a Espanha subiria da quarta posição em 2016 para a primeira em 2040, passando de uma expectativa de vida de 82,9 para 85,8 anos, se "tendências atuais de saúde" forem confirmadas.
O país ibérico seria seguido por outros três com uma expectativa de vida de mais de 85 anos: Japão (85,7 anos em 2040), Singapura (85,4) e Suíça (85,2), de acordo com esse "ranking" de 195 países publicados no revista médica The Lancet.
O maior retrocesso em um país rico será registrado pelos Estados Unidos, com uma queda de 43º para 64º lugar, devido a um aumento na expectativa de vida de apenas 1,1 ano, para 79,8 anos.
Já a China subirá de 68º para 39º, diz o estudo financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates.
Na América Latina, a Costa Rica continuará sendo o país com maior expectativa de vida na região, embora perca uma posição na classificação (de 29º para 30º) e passe de 80,7 para 82,8 anos. O México vai cair 18 posições (de 69º a 87º), o mesmo que a Venezuela (de 80º a 98º). O Brasil perderá uma (de 81º para 82º) e a Colômbia subirá duas (de 46º para 44º).
O estudo estabelece em paralelo as principais causas de morte prematura em alguns países.
Por exemplo, na Espanha, as doenças isquêmicas do coração, o Mal de Alzheimer e o câncer de pulmão foram as principais causas de mortes prematuras em 2016. Já em 2040, o Mal de Alzheimer será o principal responsável.
Os autores do estudo alertam para um "aumento significativo de mortes por doenças não transmissíveis, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica e câncer de pulmão", bem como "uma piora da saúde devido à obesidade".
Os cinco fatores que os autores dizem que terão maior impacto na mortalidade prematura no mundo serão a hipertensão, os elevados índices de massa corporal (IMC), os altos níveis de açúcar no sangue, o tabaco e o álcool. O sexto será a poluição do ar.
No entanto, eles asseguraram que "há um grande potencial" para modificar essa deterioração da saúde no mundo, se os governos "enfrentarem os fatores de risco" e tomarem medidas para melhorar os níveis de educação e a renda per capita.