A Arábia Saudita não tem a menor intenção de impor um embargo do petróleo como em 1973, afirmou nesta segunda-feira (22) o ministro saudita da Energia, em plena crise entre Riad e os países ocidentais após a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
"Este incidente será superado", afirmou Khaled al Faleh em entrevista à agência russa Tass. "A Arábia é um país totalmente responsável. Durante décadas utilizamos nossa política petroleira como um utensílio econômico responsável", disse.
Em outubro de 1973, após a ofensiva egípcia e síria contra Israel, seis países do Golfo membros da OPEP aumentaram em 70% os preços do petróleo e decretaram um embargo contra os países ocidentais considerados pró-Irael, o que provocou uma disparada dos preços e uma crise mundial.
"Se os preços do petróleo aumentarem muito, isto desaceleraria a economia e provocaria uma recessão mundial. A Arábia tem sido coerente com sua política: trabalhamos para estabilizar os mercados e facilitar o crescimento mundial", disse o ministro saudita.
As explicações de Riad sobre a morte de Khashoggi, crítico do regime saudita, não convenceram as grandes potências ocidentais. O governo da Arábia citou um "error monumental" para explicar o homicídio do jornalista no consulado saudita em Istambul.