A caravana migrante de maioria hondurenha partiu neste sábado (3) para a localidade de Isla, no estado mexicano de Veracruz, depois que as autoridades locais cancelaram o transporte para levá-los a Cidade do México.
Os migrantes saíram durante a manhã de Sayula para Isla, em Veracruz. Deverão percorrer uma distância de cerca de 90 quilômetros, que leva pouco mais de uma hora de automóvel e 13 horas a pé.
Na sexta-feira, o governo estadual lhes ofereceu transporte até a Cidade do México, onde planejavam pedir documentos para poderem ir até a fronteira com os Estados Unidos.
Contudo, mais tarde, o governador de Veracruz, Miguel Ángel Yunes, disse que diante do corte no fornecimento de água vivido na Cidade do México tentariam levá-los a uma cidade grande do estado.
"Uma cidade grande, onde tenhamos instalações adequadas que lhes deem, sobretudo, segurança", declarou o governador de Veracruz, estado atingido pelo crime organizado.
Enquanto isso, a segunda caravana de migrantes, que entrou no México na segunda-feira, partiu neste sábado de Mapastepec rumo a Pijijiapan, no estado de Chiapas (sul).
Este grupo está acompanhado do dirigente da organização Povos sem Fronteiras, Irineo Mújica, que organizou as famílias para que embarcassem ordenadamente nos veículos de transporte público, particular e de carga.
Mújica disse que o êxodo migrante é um calvário, embora afirme estar feliz "porque a população do México os acolheu, deu comida, os curou".
Acrescentou que a primeira e a segunda caravanas se reunirão na Cidade do México, apesar de não ter um dia previsto para o encontro. Os grupos estão separados por 400 quilômetros.
"A intenção é alcançar a outra caravana e chegar à Cidade do México, onde tentaremos fazer um acordo que seja sensível e que seja para o bem-estar de todos os imigrantes", disse Mújica.
A terceira caravana, por sua vez, que cruzou na sexta-feira o rio Suchiate, que divide México e Guatemala, é integrada por 2.000 pessoas e permanece em Metapa de Domínguez, localizada sobre a estrada que leva a Tapachula, em Chiapas.
A chuva que caiu à noite não permitiu que eles avançassem, pois seus poucos pertences ficaram molhados. A igreja local ofereceu alimentos enquanto secava seus itens.
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou enviar até 15.000 efetivos à fronteira com o México para impedir a passagem dos migrantes.