O marido de Asia Bibi pediu refúgio para sua família nos Estados Unidos, Grã-Bretanha ou Canadá, enquanto o futuro da paquistanesa é incerto após a apresentação de um pedido contra a sua absolvição, que provocou manifestações por parte de fundamentalistas muçulmanos.
"Peço ao presidente Donald Trump para nos ajudar. Peço também à primeira-ministra britânica (Theresa May) para que faça o possível para nos ajudar", declarou Ashiq Masih em uma mensagem de vídeo. O marido de Asia Bibi também pediu "ajuda" do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
"A família pede refúgio nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá", declarou à AFP Wilson Chowdhry, presidente da Associação dos Paquistaneses Cristãos na Grã-Bretanha, oue ajuda Asia Bibi e sua família há anos.
No vídeo, Ashiq Masih também pede asilo para Joseph Nadeem, que abrigou sua família após a sentença de morte por blasfêmia de sua esposa em 2010.
Asia Bibi passou vários anos no corredor da morte antes de ser absolvida pelo Supremo Tribunal na semana passada em uma sentença que irritou os muçulmanos extremistas.
A libertação da cristã, que parecia iminente, parece agora muito mais incerta.
Os fundamentalistas foram às ruas por três dias. Na sexta-feira à noite, as autoridades e os manifestantes chegaram a um acordo para parar os protestos.
Sob o acordo alcançado entre o governo e os manifestantes, as autoridades não vão se opor à apresentação de um pedido de revisão do veredicto do Supremo Tribunal e vão lançar procedimentos legais para impedir que Asia Bibi deixe o país.
Asia Bibi, apesar de ter sido absolvida pela Justiça, continua presa em Multan (centro). O advogado da cristã, Saif ul-Mulook, anunciou no sábado à AFP que estava deixando o Paquistão.
Neste domingo, a Comissão paquistanesa de Direitos Humanos se declarou "consternada" pela "incapacidade do governo em proteger o Estado e o caráter sagrado da lei", qualificando o acordo com os islamitas de "mascarado" após a "histórica" sentença da Suprema Corte.
"Ninguém pode ter a impressão errônea de que o Estado fecha os olhos diante desse comportamento" dos extremistas, advertiu o ministro de Informação, Fawad Chaudhry. "O Estado não ignorará a rebelião", assegurou à imprensa.