O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, disse nesta quinta-feira (24), em pronunciamento pela TV venezuelana, que as Forças Armadas não tolerarão atos de “vandalismo ou terrorismo” e que os militares jamais se subordinarão “a um governo que não seja eleito democraticamente pelo povo ou a uma potência estrangeira”.
“Não vamos tolerar o vandalismo ou atos terroristas por parte de grupos que promovam a violência como um perverso mecanismo para alcançar seus fins”, alertou o ministro, pouco tempo após os comandantes das oito regiões militares em que o território venezuelano é subdividido manifestarem lealdade ao presidente Nicolás Maduro e rechaçarem a “ingerência externa”.
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Segundo López, o governo dos Estados Unidos lidera um movimento para deflagrar um “vulgar golpe de Estado”. Para o ministro, o propósito é arruinar “projetos progressistas incômodos a suas ambições imperialistas”.
“Estão executando uma guerra híbrida sem precedentes contra a Venezuela. Uma guera que inclui bloqueio econômico-financeiro, sabotagens, notícias falsas e desinformação, entre outras técnicas, para gerar a ingovernabilidade e justificar uma intervenção militar”, acrescentou Padrino López.
Passado
O ministro da Defesa condenou o gesto do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que nessa quarta-feira (23) autoproclamou-se presidente interino. Ele comparou o gesto à fracassada tentativa de golpe de Estado de abril de 2002.
Na ocasião, um grupo de militares, com o apoio de civis, sequestrou o então presidente Hugo Chávez. A partir da ação, o então presidente da Federação Nacional de Empresas Venezuelanas, Pedro Carmona Estanca, foi empossado presidente provisório. O ato contou com apoio dos Estados Unidos, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de alguns líderes políticos mundiais.
“Ontem, vimos um evento condenável. Um senhor levantando as mãos e autoproclamando-se presidente da República”, afirmou o ministro Padrino López. “É preciso alertar o povo sobre o perigo que isso representa para a nossa integridade, independência e soberania”, acrescentou.
“Nós que vivemos aqueles dias de abril de 2002 e temos as lembranças gravadas em nossas mentes, em nossos corações, pensamos que nunca mais aconteceria algo parecido na Venezuela”, afirmou ainda o ministro.