O papa Francisco apoia "todos os esforços para aplacar o sofrimento dos venezuelanos" após o agravamento da crise no país, declarou no Panamá, nesta quinta-feira (24), o porta-voz interino da Santa Sé, Alessandro Gisotti.
"O Santo Padre, informado no Panamá das notícias vindas da Venezuela, acompanha de perto o desenrolar da situação e reza pelas vítimas e por todos os venezuelanos. A Santa Sé apoia todos os esforços que permitam aplacar o sofrimento da população", escreveu Gisotti em um comunicado oficial.
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Enquanto Francisco voava nessa quarta-feira (23) de Roma para o Panamá para comandar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o líder opositor Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela entre protestos que deixam ao menos 16 mortos, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social.
Líder da oposição
Guaidó, líder do Parlamento, recebeu o reconhecimento dos Estados Unidos e de outros 12 governos da região, como Brasil, Argentina e Colômbia. O México, no entanto, deu respaldo ao governo de Nicolás Maduro.
Imediatamente, Maduro anunciou a ruptura das relações entre Caracas e Washington.
Nesta quinta-feira, em seus primeiros discursos no Panamá, o papa não fez menção à crise venezuelana, enquanto pedia um compromisso contra a corrupção e oferecia a ajuda da Igreja Católica para combater os "medos e receios" em torno de uma onda migratória sem precedentes na América Latina.
Em dezembro, na missa do Urbi et Orbi, Francisco desejou que a Venezuela pudesse encontrar "harmonia" e que a sua sociedade trabalhasse "fraternalmente pelo desenvolvimento do país, ajudando os setores mais enfraquecidos da população".
Embora o papa tenha evitado um confronto direto com o governo de Maduro, a Conferência Episcopal Venezuelana tem sido dura com o questionado presidente.
No final de 2016, Francisco enviou um emissário ao país petroleiro para acompanhar um diálogo entre governo e oposição, que fracassou entre acusações de incumprimento de acordos.