O ex-presidente boliviano Evo Morales pediu nesta segunda-feira (11) aos líderes civis do movimento que pressionou por sua renúncia, que ele chama de golpe de Estado, que "assumam sua responsabilidade de pacificar o país", onde no domingo (10) foram registrados distúrbios e saques.
"Que assumam sua responsabilidade de pacificar o país e garantam a estabilidade política e convivência pacífica de nosso povo", escreveu Morales, que está na região cocaleira boliviana de Chapare (centro do país), no Twitter.
"(O ex-presidente Carlos) Mesa e (o líder regional de direita Luis Fernando) Camacho, discriminadores e conspiradores, entrarão para a história como racistas e golpistas", completou.
Leia Também
- Renúncia de Evo Morales deixa vácuo de poder na Bolívia
- Após renúncia de Evo, Bolsonaro defende voto impresso no Brasil
- Bolsonaro, Lula e outros políticos comentam a renúncia do presidente boliviano Evo Morales
- Evo Morales, presidente da Bolívia, anuncia sua renúncia
- Forças Armadas e Polícia sugerem que Evo Morales renuncie para pacificar a Bolívia
Substituto
Morales, que ainda tem maioria no Congresso que escolherá seu substituto provisório, afirmou que "o mundo e bolivianos patriotas repudiam o golpe", depois de se pressionado por militares e policiais para que renunciasse ao cargo.
"Os ministro de Governo (Interior) e Defesa estão em funções, pois ainda não renunciaram", afirmou Gustavo Pedraza, candidato à vice-presidência da chapa de Carlos Mesa nas eleições anuladas de outubro.
No momento, a Bolívia está sem presidente. A Constituição estabelece que a sucessão começa com o vice-presidente, seguido pelo presidente do Senado e depois pelo titular da Câmara dos Deputados, mas todos renunciaram com Morales.
O ex-presidente, que passou quase 14 anos no poder, tuitou ainda que a solidariedade recebida dá "alento, força e energia. Me emocionaram e me fizeram chorar. Nunca me abandonaram; nunca os abandonarei".