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Dilma elogia proposta popular de constituinte

A candidata lembrou que após as manifestações de junho do ano passado propôs a Constituinte, mas não teve força no Congresso para convocá-la

Karol Albuquerque
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Karol Albuquerque
Publicado em 13/10/2014 às 21:37
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A candidata lembrou que após as manifestações de junho do ano passado propôs a Constituinte, mas não teve força no Congresso para convocá-la - FOTO: Foto: AFP
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A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, recebeu nesta segunda-feira (13) o resultado de um plebiscito popular informal sobre a realização de uma Assembleia Constituinte dedicada à reforma política, após consulta organizada por movimentos sociais, e comparou o apoio de 7,754 milhões pessoas à campanha das Diretas-Já, que na década de 1980 cobrou a volta das eleições. "É comovente ver essa mobilização. Essa unidade só se viu em grandes momentos, nos movimentos que transformaram o Brasil, como foi o caso das Diretas Já. Sinto a força e o cheiro de uma transformação", disse.

A candidata lembrou que após as manifestações de junho do ano passado propôs a Constituinte, mas não teve força no Congresso para convocá-la. De acordo com a Constituição de 1988, é função da Câmara e do Senado convocar uma nova assembleia. "Logo depois de junho (de 2013), quando nós começamos a levantar a questão da Constituinte e do plebiscito, nós notamos que não tínhamos a unidade (política) necessária para aprovar no Congresso", disse. "Sequer (tínhamos suporte) de todos os apoiadores do governo. Eu pessoalmente considero que a Constituinte institucionalmente constituída é uma boa proposta", disse.

A presidente criticou o Congresso por não debater sua proposta, apresentada no auge das manifestações de junho de 2013, afirmando que a Câmara e o Senado não fariam uma "autorreforma". "Nenhuma instância (de poder) se autorreforma sem a mobilização social", afirmou. "Não são aqueles que estão no exercício do mandato que irão fazer a reforma", sugeriu.

Dilma indicou ainda que é favorável a um plebiscito sobre "temas centrais" que poderiam ficar fora da reforma e, neste caso, não poderiam ser ignorados por uma Constituinte. "Eu não acredito que a gente consiga aprovar as propostas mais importantes, como o fim do financiamento empresarial de campanha, sem que isso seja votado num plebiscito. Não basta convocar a Assembleia Constituinte, tem de votar em plebiscito, senão não tem força suficiente", propôs.

A petista disse também que a reforma só avançará se houver participação popular. "É uma temeridade supor que teremos uma reforma política sem participação do povo. Só teremos se o povo votar e dizer o que quer, porque é uma grande reforma que estamos em vias de fazer, que muda de qualidade o cenário (político) brasileiro", disse. Dilma afirmou ainda que é a favor do fim das coligações nas eleições proporcionais.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Gomes, criticou a imprensa por não ter acompanhado a realização do plebiscito popular. "Será que a mídia hoje vai conseguir divulgar essa atividade? Nós coletamos quase 8 milhões de votos e essa mídia golpista não publicou uma linha", disse. O líder sindical cobrou o "controle democrático da mídia golpista" e, depois, cobrou uma ação popular focada no Congresso para que a Constituinte seja convocada, como determina a Constituição de 1988. "Temos de convencer esse Congresso a convocar uma Constituinte para a reforma política", disse, indicando que isso deveria ocorrer em um segundo governo Dilma.

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