Disputa

Romero Jucá tenta anular convenção do MDB-PE

Presidente da sigla quer ouvir o diretório estadual sobre pedido feito por aliado de FBC

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 11/08/2018 às 6:31
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Presidente da sigla quer ouvir o diretório estadual sobre pedido feito por aliado de FBC - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Em resposta a uma solicitação de anulação da convenção estadual do MDB, feita por um aliado do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá, solicitou, na última sexta-feira (10), a “oitiva do Diretório Estadual de Pernambuco para que se manifeste a respeito do requerimento”. O documento assinado por Jucá fixa o prazo de oito dias para resposta do MDB-PE e diz que, com ou sem a argumentação, a matéria será analisada pela Executiva Nacional da agremiação na sua próxima reunião.

O pedido de anulação da convenção – onde ficou acertado que seria da direção estadual da legenda a prerrogativa de decidir sobre alianças e candidaturas – foi feito por Orlando Tolentino Júnior, responsável pela primeira solicitação de dissolução do MDB-PE, que deu início à disputa que se desenvolve há quase um ano na Justiça. Para sustentar seu pleito, Tolentino argumenta que o decidido não assegura o crescimento do MDB em Pernambuco e que o partido deveria alinhar-se localmente com uma chapa afinada com o candidato à Presidência da sigla, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Tolentino diz ainda que a aliança entre emedebistas e socialistas no Estado “não respeita a história do MDB” e que a coligação encabeçada pelo senador Armando Monteiro (PTB) teria maior ligação com a legenda. “O que está se discutindo é se o MDB estadual fica com Paulo Câmara ou fica com Armando. Eu sou um homem otimista, tenho sempre muita esperança porque confio nas leis e na Constituição e elas dizem que os partidos políticos têm autonomia para decidir suas orientações”, afirmou FBC.

Para o advogado do MDB-PE, Carlos Neves, a argumentação do grupo de FBC não condiz com a realidade. Segundo o defensor, com o MDB indo para a oposição, a sigla teria ainda menos espaço para a candidatura de Meirelles. “É estranho que o Tolentino peça a anulação da convenção afirmando que a coligação do senador Armando Monteiro teria maior alinhamento com o projeto nacional do partido, uma vez que ele já declarou que não estará com o candidato do MDB à Presidência. Além disso, a chapa do senador já está fechada, ou seja, não haveria espaço para o MDB nesse palanque. Ele quer o alinhamento com um candidato que não está alinhado ao MDB”, comentou.

STF

O pleito de Tolentino esbarra em outra questão, desta vez de ordem jurídica. Quando determinou, no mês de março, que o comando do MDB-PE deveria ficar com seu atual presidente, o vice-governador Raul Henry, até que o mérito da questão fosse julgado, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que tomou a decisão para “evitar uma indesejável interferência exógena” no processo eleitoral que se iniciaria.

Em abril, ao anular os efeitos de dois artigos de uma resolução de Jucá que determinavam que Pernambuco deveria ter candidatura própria e que a Executiva Nacional decidiria sobre as coligações e candidaturas majoritárias, Lewandowski reafirmou que, quando decidiu recompor o diretório estadual do partido, deveriam ser “preservadas as suas atribuições estatutárias”. No início deste mês, o magistrado negou à Executiva Nacional pedido de urgência na apreciação do processo em curso na Corte.

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