Atualizada às 23h56
Candidato a reeleição com apoio formal do PT, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, no início da tarde desta segunda-feira (20), que se o ex-presidente Lula (PT) não puder ser candidato ao Palácio do Planalto, ele apoiará a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). Em sabatina na Rádio Folha, o socialista também criticou medidas tomadas no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e disse que a petista "errou". As declarações ocorrem dias após o governador admitir que "no contexto histórico", se arrepende de ter apoiado o impeachment.
"Vamos ajudar ele (Haddad) a ser conhecido. E mostrar para o povo pernambucano, caso ele venha a ser candidato, que ele é o candidato do presidente Lula. A população quer o governo sendo administrado da forma que o presidente Lula administrou. Nada mais justo do que colocar o Haddad e a população votar no Haddad para o Brasil voltar a ter melhores momentos", afirmou Paulo Câmara, ao final da entrevista.
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Durante a sabatina, o governador disse que sua aliança com o PT não é "eleitoral" e garantiu que quer a ajuda do partido para governar Pernambuco nos próximos quatro anos, sinalizando para a participação dos petistas no governo em um eventual segundo mandato. Paulo também citou o senador Humberto Costa (PT) e o ex-prefeito do Recife João da Costa (PT) como figuras que apoiaram a aliança dentro da sigla.
Embora tenha ressaltado as proximidades com o PT, ao ser questionado, o governador não deixou de fazer críticas ao governo Dilma Rousseff. Primeiro, disse que o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy "fez um desserviço ao Brasil". "Ele parou o Brasil. De uma hora para a outra ele quis mudar tudo no Brasil. E a gente sabe o que isso gerou. As instabilidades que essas ações econômicas no Brasil gerou. Com o Brasil parado, o desemprego explodiu. Isso fez muito mal. Mal que foi ampliado pelo presidente Temer", afirmou Paulo Câmara.
Depois, ao criticar o fato de o presidente Michel Temer (MDB) não ter devolvido a autonomia ao Porto de Suape, Câmara foi lembrado que essa autonomia foi retirada durante o governo Dilma. "Errou quando tirou a autonomia. Mais errado ainda está o
Temer, que prometeu duas vezes vir a Pernambuco devolver a autonomia e, porque nós fomos contra as reformas trabalhista e da previdência, ele simplesmente engavetou esse projeto. Estão errados os dois", afirmou.
Apesar de o PDT estar na campanha do ex-deputado federal Maurício Rands (PROS), o governador disse que não é do interesse tirar o partido dos cargos que ele ocupa no governo do Estado, como a Secretaria de Agricultura. O socialista disse que trabalha para vencer a eleição no primeiro turno.
“Nós temos parcerias com o PDT. Tem feito um trabalho importante na Secretaria de Agricultura. Pode ser que haja algum tipo de adaptação. Mas não é do nosso interesse. A gente mantém cada vez um olhar para o trabalho, o que tem sido feito. Nós não somos inimigos do PDT. Pelo contrário. Sempre tivemos a ajuda do PDT nas nossas eleições. E queremos, mais na frente, quem sabe, reconstruir essa aliança”, afirmou Paulo Câmara.