Tenho certeza que Ciro vai atrair eleitores de Lula, diz Kátia Abreu

Para a senadora, sem Lula na urna, Ciro pode atrair a iniciativa privada
Estadão Conteúdo
Publicado em 21/08/2018 às 0:00
Para a senadora, sem Lula na urna, Ciro pode atrair a iniciativa privada Foto: Foto: Reprodução/Facebook/Kátia Abreu


A candidata a vice na chapa de Ciro Gomes (PDT), Kátia Abreu, afirmou na noite desta segunda-feira (20) que o ex-ministro será herdeiro de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em caso de ele não poder concorrer.

Comentando a pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, na qual sem Lula como candidato Ciro aparece com 9%, em empate técnico com Marina (12%), Kátia Abreu disse que o pedetista tem potencial de atrair também outros segmentos. Com o petista na disputa, o ex-ministro fica com 5%. Jair Bolsonaro (PSL) tem 20% e 18%, com e sem Lula, respectivamente.

"Tenho a certeza que Ciro vai atrair os eleitores de Lula. Aliás, não só a esquerda. Ele é franco e sincero e é isso que o povo brasileiro está esperando", disse Abreu, após participar de evento da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes)

Para a senadora, sem Lula na urna, Ciro pode atrair a iniciativa privada. "O Bolsonaro está embasado na aversão que as pessoas têm do PT, uma lembrança negativa. Sem o Lula, a iniciativa privada vai ver que Ciro respeita contratos", disse.

Abreu afirmou ainda que é um "mito" que Ciro Gomes seja contrário à reforma trabalhista. "Ninguém vai fazer uma revolução sobre isso. A gente foi contrário à forma como foi feito no Congresso. O que a gente quer é discutir mudanças, para início de conversa", disse.

A senadora descartou, no entanto, que a questão do imposto sindical pode ser rediscutida. "O Ciro não é a favor disso. E eu acho que o Congresso também não", disse.

Na palestra, a senadora defendeu mudanças na regra para condições de trabalho de mulheres grávidas. À plateia, composta de empresários de tecnologia da informação, ela sinalizou ainda que pode discutir a questão da jornada do teletrabalho e dos contratos intermitentes do setor.

Abreu se disse ainda defensora da isenção tributária em ganhos de capital de startups. "Nós aceitamos a discussão sobre a questão tributária e acreditamos que este não é um capital especulativo. Nada mais justo que seja isento, já que ele investe na empresa", disse.

Alckmin

A senadora se surpreendeu nesta noite com o erro do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), que se confundiu em entrevista à Record TV e disse que ela - e não a também senadora Ana Amélia (PP-RS) - era a vice dele.

Após levar a mão na boca em sinal de surpresa, Abreu brincou: "Isso se chama ato falho em psicanálise. É o desejo inconsciente de me ter como vice".

A senadora lembrou que apoiou o tucano na eleição de 2006, mas ressaltou que não aceitaria ser vice dele este ano. "Até tenho admiração pelo Alckmin. Mas eu escolhi o Ciro antes de o Ciro me escolher como vice. Tô trabalhando na campanha dele há muito tempo", disse.

Abreu foi confirmada como vice de Ciro em 5 de agosto, data-limite para a realização de convenções pelos partidos. Antes, as tentativas do PDT de fazer aliança com partidos de centro-esquerda naufragaram após o PSB acertar com o PT a neutralidade no cenário nacional.

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