Com apenas 5 segundos em cada bloco do horário eleitoral gratuito dos presidenciáveis na TV, que começa no próximo sábado (1), uma inserção a cada 5 dias na programação e excluído dos debates nas emissoras, o candidato do Novo à Presidência, João Amoêdo, ampliou sua equipe nas redes sociais e investe em postagens patrocinadas em busca de eleitores desencantados com o PSDB, eleitores moderados de Jair Bolsonaro (PSL) e sobretudo indecisos.
Executivo do mercado financeiro, Amoêdo defende um programa liberal na economia, com privatizações, simplificação de tributos e diminuição do tamanho do Estado. Segundo os auxiliares do candidato, a campanha tem investido cerca de R$ 4 mil por dia em postagens patrocinadas, que respondem por 20% das interações.
Após o início oficial da campanha, a equipe de redes sociais cresceu de quatro pessoas (dois social media, um designer e um editor de vídeo) para 12 profissionais da área.
O investimento deu resultado. A página de Amoêdo no Facebook cresceu 26% em número de likes na última semana, somando 1,95 milhão de curtidas. Segundo dados do Facebook, os vídeos do candidato do Novo foram visualizados 25 milhões de vezes. Nas pesquisas de intenção de voto, porém, Amoêdo continua na ponta de baixo da tabela. O executivo permaneceu estagnado com 1% no mais recente levantamento do Ibope e subiu para 2% no Datafolha. Mas a campanha diz ter sondagens internas que indicariam viés de alta da candidatura.
"Buscamos o eleitor desencantado com o PSDB e fazemos um esforço grande para atrair o eleitor indeciso. Do (candidato do PSL, Jair) Bolsonaro, tem vindo gente também. Temos visto como muita frequência", disse Amoêdo ao jornal "O Estado de S. Paulo".
O presidenciável também está em uma cruzada para participar dos debates nas emissoras de TV. Como seu partido não tem nenhum representante no Congresso Nacional, Amoêdo foi excluído.
Para reverter a situação, o candidato do Novo transformou a ausência em uma bandeira de campanha. Lançou uma petição online que soma 490 mil assinaturas e apelou aos adversários pessoalmente e em vídeos divulgados na internet.
Até agora, apenas o senador Alvaro Dias (Podemos) apoiou publicamente a demanda. "(O candidato do PSDB, Geraldo) Alckmin me disse duas vezes que assinaria a petição para eu participar dos debates, mas ainda não assinou", afirmou Amoedo.
Candidato mais rico na corrida presidencial, Amoêdo declarou um patrimônio de R$ 425 milhões. Ele disse que vai gastar R$ 1,4 milhão do próprio bolso na campanha. Até agora, arrecadou R$ 495 081,63, dos quais R$ 308 mil oriundos de uma "vaquinha virtual". O gasto total, porém, foi de apenas R$ 72.637,24.
O candidato do Novo tem optados por usar voos comerciais em seus deslocamentos pelo Brasil, exceto quando tem de ir para locais de difícil acesso. O foco atual é o Nordeste. Amoêdo viaja esta semana para o Ceará e Pernambuco e na semana que vem desembarca na Bahia. O roteiro costuma contar com visitas a rádios locais e eventos com militantes.
Como não conta com uma rede partidária nacional, Amoêdo tenta reunir apoiadores usando estratégias inusitadas. Uma delas é o sorteio de voluntários para receber uma ligação do candidato à Presidência. Outra iniciativa é cadastrar apoiadores para atividades, mas sem a necessidade de filiação partidária. De acordo com a campanha, a base de contatos de Amoêdo no WhatsApp já conta com 70 mil inscritos.