Panfleto de Aécio garante que ele não mexe na CLT

O material começou a ser distribuído nesta quarta-feira, durante um evento na capital paulista onde três centrais sindicais que romperam com a presidente Dilma Rousseff
Carolina Sá Leitão
Publicado em 21/08/2014 às 11:38
O material começou a ser distribuído nesta quarta-feira, durante um evento na capital paulista onde três centrais sindicais que romperam com a presidente Dilma Rousseff Foto: Foto: Agência Brasil


Depois de dizer em eventos com empresários no começo do ano que, se fosse eleito, cogitava flexibilizar a legislação trabalhista em alguns setores, como o de turismo, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, mandou sua equipe produzir panfletos de campanha direcionados a sindicalistas no qual defende a "manutenção das leis trabalhistas". 

O material começou a ser distribuído nesta quarta-feira (20), durante um evento na capital paulista onde três centrais sindicais que romperam com a presidente Dilma Rousseff (PT) declararam apoio ao tucano - Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central. Durante um ato político, as entidades entregaram a Aécio uma lista de reivindicações que não constam do programa do PSDB e nunca foram defendidas pelo senador. 

Apesar da iniciativa, em nenhum dos discursos feitos no evento Aécio foi cobrado pelos dirigentes sindicais sobre bandeiras como a redução da jornada de trabalho, fim do fator do previdenciário e o combate à terceirização. A tabelinha com os dirigentes sindicais é fruto de uma articulação feita entre o tucano e o deputado Paulinho Pereira da Silva (SDD-SP), principal líder da Força. Para blindar Aécio, os sindicalistas deixaram suas reivindicações históricas em segundo plano. 

Em troca, Aécio apresentou um projeto no Senado propondo que a tabela do Imposto de Renda seja atualizada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para o cumprimento da meta de inflação no País. Hoje, cabe ao governo decidir o porcentual de correção, independentemente da desvalorização monetária.

Em seu discurso para os sindicalistas, Aécio provocou indiretamente a ex-ministra Marina Silva (PSB), que assumiu o lugar de Eduardo Campos como candidata ao Planalto e apareceu em segundo lugar na última pesquisa Datafolha. "Eleição tem muita especulação. Não sei contra quem eu vou, mas garanto que estarei no segundo turno", afirmou. Ao sair, evitou os jornalistas alegando que estava "rouco". 

Verba da saúde

Em outro evento de campanha pela manhã na capital paulista, o candidato do PSDB disse ser "necessário" corrigir a tabela de preços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é usada como referência para definir os valores que o governo usa para pagar as instituições por procedimentos realizados no sistema. "Essa é uma questão que precisa ser enfrentada e vamos enfrentá-la com o aumento de financiamento. Mas, obviamente, só vou tratar de números no momento em que estiver no governo".

No evento matutino, Aécio visitou uma unidade móvel do governo paulista que faz exames gratuitos de mama, caminhou pelo Brás e visitou lojas com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição.

A dupla foi acompanhada por uma equipe de 30 modelos uniformizadas que foram contratadas pela campanha para fazer o papel de militantes. Além de entoar o nome do candidato, elas distribuíam adesivos e empunhavam bandeiras.

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