Manifestantes continuam concentrados na portaria principal de acesso ao Congresso Nacional, conhecida como chapelaria. A manifestação começou às 10h da manhã, com a sessão que pode votar o projeto de mudança na meta do superavit primário (PLN 36/14).
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O protesto segue com apitaço e sob gritos de “fora PT”. Impedido de entrar no prédio por determinação do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o grupo teve apoio de parlamentares contrários ao PLN 36/14, entre eles Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Simplício Araújo (SD-MA) , ovacionados ao repassar aos manifestantes informações sobre o andamento da sessão no plenário.
Um dos momentos de maior ocorreu quando, sem informações sobre o tumulto, o senador José Sarney (PMDB-AP) deixou o Senado pelo mesmo local onde estavam os manifestantes. Além de hostilizar o senador, o grupo cercou o carro e quase impediu a saída de Sarney.
O destaque entre os manifestantes é o cantor Lobão, espécie de porta-voz do grupo. Único a conseguir entrar no plenário da Câmara, Lobão encontrou-se com deputados de oposição, mas disse que não aceitaria acompanhar a sessão sozinho das galerias. Por isso, voltou para o local da concentração dos manifestantes. O cantor fez um apelo para que o protesto se mantenha. “Quem não puder vir (ao Congresso) , telefone para seu parlamentar, vá para Internet, faça todo barulho possível e espalhe que estamos levando um golpe e não permitiremos isso”, pediu.
Depois dos vários apelos para que Renan Calheiros liberasse as galerias, o líder do Democratas, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a assessoria jurídica do partido elabora um mandado de segurança para ser protocolado no Supremo Tribunal Federal, tentando garantir o acesso da população. “O povo tem de se mobilizar de todas as maneiras, porque vivemos uma coisa absurda. O povo tem de ser respeitado. A casa do povo não pode ficar de joelhos perante o Executivo”, afirmou Mendonça Filho.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) revelou que o regimento do Congresso Nacional permite a presença de populares nas galerias do plenário. O regimento da Casa não é o regimento de Dilma Rousseff ou o regimento de Renan Calheiros”, criticou.
Neste momento, o plenário deputados e senadores conclui a votação de dois vetos presidenciais que trancavam a pauta. Antes do projeto que modifica a meta de superavit primário, os paralamentares precisam votar o PLN 31/2014. O projeto abre crédito especial de R$ 248 milhões ao Ministério da Previdência Social. O dinheiro deverá ser usado para cumprir sentença judicial favorável ao Instituto Aerus de Seguridade Social, que reúne aposentados e pensionistas das extintas companhias aéreas Varig, Cruzeiro e Transbrasil.