Oposição

CPI pede indiciamento de 52 em relatório final, mas não cita políticos

O objetivo é responsabilizar Dilma pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas

Folhapress
Cadastrado por
Folhapress
Publicado em 18/12/2014 às 20:49
Wilson Dias/ Agência Brasil
O objetivo é responsabilizar Dilma pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas - FOTO: Wilson Dias/ Agência Brasil
Leitura:

A CPI mista da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (18) o relatório do deputado petista Marco Maia (RS) pedindo o indiciamento de 52 pessoas. O documento não inclui políticos nem a presidente da estatal, Graça Foster.

A oposição apresentou um relatório paralelo, mas saiu derrotada. Ainda assim, vai entregá-lo o Ministério Público, propondo a abertura de ação por improbidade administrativa contra a presidente Dilma Rousseff e o indiciamento de Graça Foster.

O objetivo é responsabilizar Dilma pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Segundo a CGU (Controladoria-Geral da União), o negócio causou prejuízos de US$ 650 milhões à petroleira.

À época da aquisição, em 2006, Dilma presidia o Conselho de Administração da Petrobras, que aprovou a compra da refinaria.

A oposição acusou a base aliada de ter trabalhado contra o avanço das investigações na CPI. "A comissão atuou de forma tímida. Chega ao final da jornada, com um relatório que não atende ao desejo da sociedade brasileira", criticou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) rebateu, afirmando que os adversários do governo se comportam como se a eleição ainda estivesse em curso: "É a continuidade do que estão chamando de terceiro turno eleitoral. Querem encontrar vínculo da presidente com esse processo para tentar, no tapetão, impedir que a presidente exerça seu segundo mandato".

O relatório oficial, aprovado pelo colegiado por 19 votos a 8, embora poupe políticos e Graças Foster, solicita o indiciamento de ex-diretores da petroleira Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque e dois ex-gerentes, Pedro Barusco e Silas Oliva.

Cita também os principais executivos das empreiteiras acusadas de formar um cartel que atuava na Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e Fernando Antônio Falcão Soares, apontado como lobista do PMDB junto à estatal.

Maia alterou o texto proposto inicialmente, que não pedia o indiciamento de ninguém, e especificou os supostos crimes cometidos pelos citados. Vários deles já são réus na Justiça. E mudou sua conclusão sobre a compra da refinaria de Pasadena, antes classificada de bom negócio.

Últimas notícias