O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou à Polícia Federal que começou a receber propina da SBM Offshore em 1997, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
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Até agora, investigava-se o pagamento de suborno da empresa holandesa a funcionários da estatal no período de 2007 a 2011.
Barusco contou ter aberto uma conta na Suíça no final da década de 90 para receber as remessas ilegais de dinheiro da SBM, que, segundo ele, totalizaram US$ 22 milhões até 2010.
"(Barusco) afirma que começou a receber propina em 1997 ou 1998 da empresa holandesa SBM, enquanto ocupava cargo de gerente de tecnologia de instalações, no âmbito da diretoria de Exploração e Produção", diz o termo de delação premiada do ex-gerente.
De acordo com Barusco, a propina era paga por intermédio do representante da companhia holandesa no Brasil, Julio Faerman.
"Sendo uma iniciativa que surgiu de ambos os lados e se tornou sistemática no segundo contrato (...) firmado entre a SBM e a Petrobras no ano 2000".
Ele contou que recebia mensalmente de US$ 25 mil a US$ 50 mil, variando de acordo com o tamanho de cada contrato.
Barusco admitiu ainda que, na mesma época, recebeu suborno de outra empresa representada por Julio Faerman, a Progress, segundo o ex-gerente, contratada pela Transpetro, subsidiária da Petrobras. Ele não informou, porém, quanto foi pago.