A decisão da Corte Suprema de Cassação da Itália de autorizar a extradição e a nova prisão de Henrique Pizzolato teve uma repercussão próxima de zero na imprensa italiana.
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Condenado no escândalo do mensalão, o ex-presidente do Banco do Brasil fugiu para a Itália.
Em suas edições impressas desta sexta-feira (13), os três principais jornais italianos -"Corriere della Sera", "La Repubblica" e "La Stampa"- ignoraram completamente o assunto.
A ausência de repercussão na imprensa italiana foi vista como um bom sinal por diplomatas brasileiros envolvidos na gestão política do caso Pizzolato.
A interpretação de um dos diplomatas, que falou com a reportagem sob condição de não ter o nome citado, é que o desinteresse dos principais meios de comunicação pode ser favorável ao pedido brasileiro. A leitura é que o ministro da Justiça, Andrea Orlando, tende a não sofrer pressão da opinião pública italiana para decidir o destino de Pizzolato.
Caberá ao ministro a última palavra sobre o caso. A partir do envio da notificação da decisão da Corte de Cassação, o Executivo italiano terá 45 dias para decidir se extradita ou não o ex-diretor do BB ao Brasil.
LOCAL
Na Itália, Pizzolato é um personagem paroquial. Somente jornais locais da Emilia-Romanha (nordeste da Itália), região onde o petista está vivendo, noticiaram nesta sexta os últimos desdobramentos do caso.
Ao noticiar o sinal verde para a extradição, o jornal regional "Il Resto del Carlino" destacou "a aventura de best-seller" e a "viagem rocambolesca" de sua fuga para a Europa, usando os documentos emitidos em nome do seu irmão, Celso Pizzolato (morto em 1978).
"La Gazzetta di Modena" disse que a decisão da Corte de Cassação encerra quatro meses de liberdade de Pizzolato. O jornal destacou o fervor religioso: "ele conseguiu encontrar a luz divina" quando estava preso da penitenciária de Sant'Anna, no ano passado.
Único a dedicar ao assunto uma pequena chamada com foto na capa, o "Prima Pagina", outro jornal local de Módena, noticiou a decisão pela extradição com destaque para o anúncio do advogado Alessandro Sivelli de que agora vai trabalhar para que o ministro da Justiça, Andrea Orlando, negue a extradição.