O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e outras duas pessoas foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. À frente da área internacional da Estatal, Cerveró é uma das peças-chave do processo de delação premiada da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção bilionário em obras da Petrobras. A denúncia foi feita na segunda-feira (23).
Leia Também
- Denúncia de políticos na Lava Jato não vai paralisar a Câmara, defende Cunha
- Envolvidas na Lava Jato deixam um rastro de desemprego em Pernambuco
- Advogados têm até quarta-feira para pedir transferência de presos na Lava Jato
- Defesa pede à Justiça internação imediata de Cerveró
- Juiz pede parecer do Ministério Público sobre tratamento psicológico para Cerveró
Além do ex-diretor, Fernando Soares e Oscar Algorta também foram indiciados. No esquema, Cerveró é acusado de se utilizar do cargo de diretor da Petrobras para favorecer a contratação de empreiteiras. As negociações eram feitas através de pagamento de propina a Fernando Soares, apontado como operador financeiro do esquema. Segundo o MPF, a participação de Oscar Algorta no esquema foi através da compra de uma cobertura de luxo no Rio de Janeiro, para ocultar a propriedade de Cerveró.
O imóvel, uma cobertura no bairro de Ipanema, foi adquirido pela empresa de Algorta por R$ 1,532 milhão, sendo posteriormente reformado por R$ 700 mil. Avaliado em R$ 7,5 milhões, o imóvel era alugado para Cerveró no valor de R$ 3.650, valor muito abaixo do mercado. "O objetivo de Cerveró e Algorta era simular uma uma locação do imóvel como forma de ocultar a real propriedade do bem e evitar que Cerveró pudesse ser alvo de investigação por enriquecimento sem causa – e claro, de corrupção", diz a denúncia.
A denúncia do MPF também informa que parte da propina recebida por Cerveró foi remetida ao exterior para empresas situadas no Uruguai e na Suíça.