Lava-Jato

Cunha diz a Teori que ação na Câmara causou 'surpresa e indignação'

A busca foi determinada por Teori a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a Folha de S.Paulo revelar que dois requerimentos sob suspeita na Lava Jato aparecem com o nome "dep. Eduardo Cunha" como autor

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Publicado em 13/05/2015 às 20:12
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A busca foi determinada por Teori a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a Folha de S.Paulo revelar que dois requerimentos sob suspeita na Lava Jato aparecem com o nome "dep. Eduardo Cunha" como autor - FOTO: Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado
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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu novamente ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki o arquivamento do inquérito contra ele na Operação Lava Jato e afirmou que a diligência feita no departamento de informática da Câmara sem avisar à cúpula da Casa "causou a mais absoluta surpresa e indignação".

A busca foi determinada por Teori a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a Folha de S.Paulo revelar que dois requerimentos sob suspeita na Lava Jato aparecem com o nome "dep. Eduardo Cunha" como autor. O doleiro Alberto Youssef disse em sua delação premiada que os requerimentos foram usados para pressionar uma empresa que tinha parado de pagar propina. Cunha nega relação com os requerimentos.

Na petição, a defesa de Cunha repete seu discurso à imprensa, diz que a diligência foi "absolutamente desnecessária" e que o caso dos requerimentos é "completamente irrelevante".

"Causou a mais absoluta surpresa e indignação ao peticionante o pleito formulado pela Procuradoria-Geral da República (...) em que se buscou autorização para a realização da verdadeira varredura, durante dias, nos sistemas de informática da Câmara dos Deputados, sem comunicação a qualquer um dos membros da mesa diretora da instituição", diz a petição.

A defesa de Cunha ainda argumenta que não há possibilidade de destruição de provas e que, por isso, a diligência foi realizada somente para "desgastar" o presidente da Câmara "publicamente".

Na petição, os advogados de Cunha também dizem que o único elemento novo apresentado pela PGR para pedir o prosseguimento das investigações é a reportagem da Folha de S.Paulo e fazem críticas ao trabalho dos procuradores.

"A despeito de a lei lhe conferir amplos instrumentos investigativos, a Procuradoria-Geral da República vê-se obrigada, ante a manifesta fragilidade de suas acusações, a ter que se apoiar em notícia de jornal para tentar dar sobrevida a um inquérito que não possui indícios mínimos de autoria e materialidade", diz a petição.

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