O ministro da fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta feira (19), em São Paulo, que os parlamentares devem tomar cuidado ao votar alterações no fator previdenciário para que não haja a necessidade de alta nos impostos com a medida.
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"Tem muita gente que diz que a retirada do fator previdenciário vai aumentar despesa, portanto aumentar impostos. As pessoas têm que ter muito cuidado ao votarem para não criar uma necessidade de mais impostos", afirmou Levy.
O fator previdenciário foi criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de retardar as aposentadorias. Ele é calculado de acordo com a idade do trabalhador, tempo e alíquota de contribuição e expectativa de sobrevida, e diminui o valor da aposentadoria de quem se aposenta mais cedo.
A emenda aprovada no plenário da Câmara nesta quarta, de autoria do PTB, propõe uma exceção a essa regra, com a adoção da fórmula 85/95 -soma, para mulheres e homens, da idade mais o tempo de contribuição.
Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir essa marca, a emenda determina que a aposentadoria continue sendo reduzida pelo fator previdenciário.
Pelos cálculos do governo, se os trabalhadores passarem a não optar pelo fator na hora de se aposentar a partir deste ano, os gastos da Previdência com aposentadoria vão aumentar em R$ 40 bilhões em dez anos; e R$ 300 bilhões nos próximos 20.
DAR UM PANORAMA DA EMENDA
O ministro reiterou que a discussão sobre as formas de acesso à aposentadoria deve ser aprofundada.
As afirmações de Joaquim Levy ocorreram durante uma palestra na Global Summit of Women, evento no qual o ministro apresentou detalhes do mercado brasileiro a líderes empresariais de 63 países.
O evento é mais um esforço de Levy em apresentar o Brasil como alternativa para investimentos.