A Petrobras assinou nesta sexta-feira (31) dois termos de recebimento de recursos recuperados pela Operação Lava Jato, no valor total de R$ 139 milhões.
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O ex-gerente da estatal Pedro Barusco e delator na operação devolveu R$ 69 milhões. O dinheiro provinha do caso envolvendo a fabricante de plataformas de petróleo holandesa SBM. O restante vem de contas do ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, também delator.
Foi a segunda cerimônia de ressarcimento de recursos desviados à estatal. Na primeira, foram devolvidos R$ 157 milhões. Ao todo, portanto, o Ministério Público Federal já entregou à companhia R$ 296 milhões.
Em entrevista após a cerimônia, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, disse que tem esperanças em recuperar todo o valor desviado. Em seu balanço, a empresa contabiliza perdas de R$ 6,2 bilhões com pagamentos indevidos a empresas investigadas pela Operação Lava Jato.
Estiveram presentes ao evento o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, e o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams.
CONTROLE
A Petrobras ainda anunciou medidas para reforçar os controles internos, como a limitação de decisões individuais, com a promoção de decisões colegiadas, e maior independência para os órgãos de ouvidoria e recebimento de denúncias.
Além disso, informou que vai passar a cobrar de seus fornecedores programas de conformidade e integridade certificados por empresas independentes.
A revisão cadastral dos fornecedores começa pelas empresas que estão na lista suja de contratações, por envolvimento na Lava Jato. Hoje, 32 fornecedores estão impedidos de participar de licitações da estatal.
Segundo o diretor de governança da companhia, João Elek, a expectativa é começar a reduzir o número de fornecedores impedidos, à medida em que as empresas atendam as novas exigências de integridade e combate à fraude e à corrupção.