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Na Fiesp, Temer coloca-se como 'advogado' do setor produtivo

Na reunião, 14 empresários falaram antes dele

Da Folhapress
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Publicado em 28/08/2015 às 9:05
Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Na reunião, 14 empresários falaram antes dele - FOTO: Foto: José Cruz/ Agência Brasil
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O vice-presidente Michel Temer disse nessa quinta-feira (27) em jantar na Fiesp que quer ser o "advogado" do setor produtivo na superação da crise. Segundo a reportagem apurou, o comentário foi feito para selar a "aliança" com o setor, que, na visão de assessores do vice, "abraçaram" Temer politicamente no encontro.

Para ele, o Brasil vive crise política e econômica, mas não institucional. Ele justificou a saída da articulação política dizendo que quer se dedicar mais às discussões pelo país.

Temer disse que a crise vai ser longa e que a presidente Dilma Rousseff esta tentando adotar medidas para supera-lá, mas não encontra resposta nos empresários.

Na reunião, 14 empresários falaram antes dele. O mote comum foi o aumento de carga tributária para ajustar as contas públicas.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, avançou nas críticas ao ministro Joaquim Levy (Fazenda) e chegou a pedir sua saída. Depois do evento, o classificou como alguém "insensível" ao desemprego. Disse que o titular da Fazenda não tem sido capaz de apontar o rumo certo para a economia, errando ao apostar no aumento dos juros e da carga tributária como receita para sair da crise.

Segundo a reportagem apurou, o clima entre os dois ficou péssimo depois que Levy deixou Skaf e outros líderes esperando quatro horas para uma reunião em Brasília.

Na Fiesp, Skaf estava sentado na mesma mesa de Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, banco onde Levy trabalhava antes de ir para o governo. Segundo um dos presentes, Trabuco falou sobre a crise e arrematou dizendo que "confiança é a moeda mais forte que existe".

Nenhum outro empresário citou o nome de Levy. Entre eles, vários comentaram que o ministro estava fazendo o que podia e merecia crédito.

Flávio Rocha, da Riachuelo, disse que o varejo vive uma reversão na formalização do trabalho e que mais impostos agora seriam um tiro no pé.

Segundo relatos, Jorge Gerdau disse a Temer que a indústria "está morrendo" e que isso é fruto de um "problema de liderança".

Coube a Benjamin Steinbruch ensaiar uma piada. Ele afirmou que Temer não deveria se impressionar com os relatos que estavam sendo feitos à mesa, pois o que se ouvia fora dali era ainda pior.

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