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Durante passagem pelo Recife neste sábado (5), por conta do lançamento de um plano nacional para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika vírus, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi questionada sobre o apoio do vice-presidente Michel Temer (PMDB) em meio ao processo de impeachment que se deflagrou em Brasília. A petista disse crer que contará com o auxílio do peemedebista.
"Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Ao longo desse tempo, eu desenvolvi a minha relação com ele e conheço o Temer como pessoa, como político e como grande constitucionalista", declarou.
A presidente também comentou o pedido de demissão do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e evitou ir para o confronto com os peemedebistas. "Queria declarar que me esforcei bastante para mantê-lo na reforma ministerial. Por quê? Por que achava e acho ainda que o ministro Padilha, na direção do Ministério dos Aeroportos (secretaria de Aviação Civil), está fazendo um trabalho muito importante. Eu não recebi nenhuma comunicação do ministro Padilha e ainda conto com a participação dele no governo. Ainda não sei se ele tomou uma decisão definitiva porque ele não conversou comigo. Eu aguardo porque não tomo uma posição sobre coisas que não consigo entender inteiramente. Quando eu entender eu direi o que penso", afirmou.
A poucos dias de ver o processo de impeachment aberto pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), se intensificar, Dilma não comentou se aproveitou a passagem por Pernambuco para pedir ao governador Paulo Câmara (PSB) o apoio dos socialistas. O chefe do Executivo estadual é o vice-presidente da legenda e tem se mostrado contrário ao afastamento da petista do cargo. "Tem que perguntar para o PSB (se a sigla voltará a ser aliada do governo)", falou, ao lado de Paulo Câmara. Por sua vez, o governador não conversou com a imprensa.
Mais uma vez Dilma voltou a se defender contra o impeachment e a criticar Eduardo Cunha. ""Estamos tranquilos porque não existe fundamento para o meu processo de impeachment. Eu já repeti várias que não cometi nenhum ato ilícito, não usei indevidamente dinhero público para contemplar meus interesses, não tenho nenhum recurso que recebi de qualquer processo que não seja o meu trabalho ou minha famíia, nunca depositei dinheiro na Suiça, não tenho acuasação de espécie alguma", falou.
A presidente também reiterou que não cometeu as chamadas "pedaladas fiscais'. "Inventaram um processo que chamaram pedalada pelo qual nem foi julgado ainda. o Tribunal de Contas da União (TCU) não tem poder de julgar as contas minhas ou de ninguém, pois é um órgão de assessoramento do Congresso. Ninguém sabe se as minhas contas serão ou não aprovadas. Até recentemente, até o meu julgamento pelo TCU, eram absolutamente legais as práticas de que me acusam. Não é só no meu governo, mas no governo do presidente Lula (PT) e em todos os governos. A questão precisa ser colocada nos seus devidos termos. Não procede esse pedido (de impeachment). Ele tem outros fundamentos, que eu lamento porque coloca em questão a maturidade da democracia", disse.
Também houve espaços para críticas ao ministro do TCU, Augusto Nardes, que declarou haver novas "pedaladas fiscais" em 2015, no valor de R$ 2,5 bilhões. "Primeiro que nós discordamos das primeiras. Achamos estranhíssimo que possa ter pedaladas fiscais em 2015 sendo que o ano nem foi concluída. Então, é complexa essa questão da nossa relação com as opiniões do ministro Nardes. Não com o TCU, mas com o ministro Nardes nós temos algumas divergências de opinião", pontuou.