CÂMARA DOS DEPUTADOS

Rachado, Centrão conta votos de aliados

Com a saída de Cunha da presidência da Câmara, o Centrão ficou dividido na terça-feira (12) e refazia as contas do número de votos que conseguiria ter nas principais candidaturas do bloco

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Publicado em 13/07/2016 às 8:36
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com a saída de Cunha da presidência da Câmara, o Centrão ficou dividido na terça-feira (12) e refazia as contas do número de votos que conseguiria ter nas principais candidaturas do bloco - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Com a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, o Centrão, sua principal base de apoio formada por PP, PR, PSD, PTB, PSC e partidos médios, ficou dividido nesta terça-feira (12) e refazia as contas do número de votos que conseguiria ter nas principais candidaturas do bloco. 

No mesmo momento em que o peemedebista tentava convencer integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de votar contra a sua cassação, alguns líderes do Centrão faziam uma reunião de emergência em uma das salas da quarta secretaria. Convocado às pressas, o encontro buscava uma nova estratégia para tentar evitar um possível revés na candidatura do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), na disputa pelo comando da Câmara.

Com apoio do Palácio do Planalto, Rosso era considerado favorito até a véspera da disputa. O clima de tensão dentro do grupo se estabeleceu, contudo, após o lançamento oficial pelo PMDB do deputado Marcelo Castro no páreo. Com lápis e papel na mão, alguns integrantes do Centrão apontavam, até o final da tarde de ontem, para uma possível derrota de Rosso. 

De acordo com um dois líderes do Centrão ouvidos pelo Estado, Rosso tinha naquele momento cerca de 140 votos contra 150 de Castro. Na véspera, o candidato do PSD liderava as projeções. 

Um dos motivos apontados para Rosso não estar à frente foi a falta de um "comandante" que pudesse segurar o número de candidaturas registradas por integrantes do grupo. "Acabou o Centrão. Temos hoje oito candidatos. Que sinal vamos dar para o plenário?", desabafou um deles.

A divisão deve fortalecer o ex-ministro da Saúde Marcelo Castro, que não conta com apoio do Palácio do Planalto, mas deve angariar votos do PT, PC do B e PDT, em razão de ter sido contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Também não está descartado o apoio ao peemedebista de integrantes da antiga oposição (PSDB, DEM e PPS), que veem numa derrota do Centrão uma possibilidade de se viabilizarem na disputa de 2017, quando estará em jogo um mandato de dois anos à frente da Câmara.

O PSDB, por exemplo, tem costurado apoio agora para receber respaldo a um eventual candidato no próximo ano. 

Série de vitórias

Caso seja derrotado nesta quarta-feira (13), o Centrão deverá colocar fim a um histórico de vitórias dentro da Casa. O grupo foi formulado por Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara, realizada em fevereiro de 2015. 

Na ocasião, Cunha venceu com quase o dobro de votos o candidato do governo Dilma, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

À época, o placar foi de 267 votos para Cunha, 136 para Chinaglia e 100 para Julio Delgado, o terceiro colocado.

O potencial do grupo, capitaneado pelo deputado fluminense, foi posto à prova novamente durante a votação do processo de impeachment, ocorrido em abril deste ano. Com a ajuda dos principais líderes do Centrão, Eduardo Cunha conduziu a sessão que aprovou o afastamento da petista da Presidência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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