A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 9,8% em agosto, de acordo com o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. O resultado é levemente inferior ao dado de julho, de 10,0%, mas confirma a trajetória de queda do indicador no curto prazo depois de atingir a máxima histórica de 11,4% em fevereiro deste ano, avaliou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
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"A queda de 14% na expectativa de inflação dos consumidores em relação à máxima do ano, de 11,4%, reflete um alívio e uma preocupação. Alívio, pois a trajetória de aumento de expectativas de inflação do consumidor iniciada em 2015 reverteu-se. Preocupação, porque a queda mostra-se lenta, reflexo da resiliência apresentada no índice de inflação oficial", afirmou o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) Pedro Costa Ferreira em nota à imprensa.
Em agosto, a maior queda no indicador ocorreu entre os consumidores com renda familiar até R$ 2.100,00: a expectativa para inflação caiu 0,4 ponto porcentual para 10,4% nos próximos 12 meses.
A proporção dos consumidores pesquisados que esperam inflação superior a 10% nos próximos 12 meses diminuiu de 36,2% em julho para 34,7% em agosto. Já a proporção dos consumidores que acreditam que a inflação ficará entre 0% e 6,5% aumentou de 7,6% para 8,3%, ressaltou a FGV.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.