O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (30) que a Corte terá, inevitavelmente, que discutir sobre inconsistências nas regras de delação premiada. Apesar da lei prever que um juiz homologue os depoimentos, o ministro destacou que nem sempre as circunstâncias de negociação das delações ficam claras.
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"Acho que, em algum momento, vamos ter que ter algum tipo de questão de ordem para balizar tudo isso. Porque é um mundo de intrigas, de desinteligências. Acho que o próprio tribunal, que homologa, fica às vezes numa má luz", disse Mendes. "Certamente isso vai ser objeto de discussão aqui."
Críticas
O ministro destacou que o próprio relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, tem levantado pontos a serem discutidos sobre a delação premiada em meio aos processos. Mendes chegou a citar misteriosas forças "internas", "externas" e até mesmo "ocultas" que contribuem para deixar pouco transparentes as negociações das delações premiadas.
"É muito difícil, porque, claro, essas tratativas são sempre sigilosas. O que a gente percebe é que há um fogo cruzado muito intenso. Ao invés de forças internas, estava me lembrando das forças ocultas do Jânio [Quadros], tem também as forças externas. Quer dizer, sabe-se lá como isso funciona", disse o ministro.