APOSTA

PMDB busca 'afirmação política' e poder no Congresso em 2018

Candidatos peemedebistas têm explorado seus vínculos com o governo federal

Ricardo Brito da Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Ricardo Brito da Estadão Conteúdo
Publicado em 02/10/2016 às 9:19
Divulgação
Candidatos peemedebistas têm explorado seus vínculos com o governo federal - FOTO: Divulgação
Leitura:

Sem a participação do presidente Michel Temer na campanha para não melindrar partidos aliados no momento em que se discute a votação de reformas estruturais no Congresso, o PMDB espera aprofundar nestas eleições municipais sua interiorização partidária com um crescimento do número de prefeituras sob o comando da legenda em relação a 2012 - dos 1.024 prefeitos eleitos em 2012 para mais de 1,2 mil este ano.

Para reforçar seu poder após a chegada ao Planalto, o partido tenta também conquistar importantes colégios eleitorais, como São Paulo e Rio. A estratégia tem por objetivo aumentar os prefeitos filiados ao partido e, consequentemente, manter a força que a legenda tem no Congresso, o principal ativo da sigla, que lhe permite negociar espaços na administração federal em troca de apoio parlamentar.

Nas eleições de 2014, por exemplo, foi eleita a maior bancada do Senado (19) e a segunda maior da Câmara (66). A ideia é que, diante de imprevisibilidade do sucesso do governo Temer, o partido pelo menos consiga manter essa força nas eleições de 2018.

Para tanto, lançou mais candidatos a prefeituras de capitais do que em 2012 - eram 12, agora são 16. Atualmente, o PMDB administra somente duas das 26 capitais - Rio e Boa Vista (RR). A candidaturas de Marta Suplicy, em São Paulo, e de Pedro Paulo, no Rio, são tidas como as principais apostas da legenda.

Grotões. Na atual corrida, ao lançar 2.382 candidatos a prefeito nos 5.568 municípios, a atuação do PMDB está voltada para reforçar sua ação nas cidades pequenas e médias. É nelas em que espera contar com novos prefeitos que futuramente se tornem apoiadores de candidatos a deputado do partido.

TEMER

Mesmo sem a presença de Temer, candidatos peemedebistas têm explorado seus vínculos com o governo federal. "Ele (Temer) não veio aqui nem gravou para nós, mas é do nosso partido", disse Wilson Cota, candidato à reeleição em Casa Nova (BA), município de 70 mil habitantes.

A avaliação de parlamentares e dirigentes partidários é a de que a participação do presidente na campanha poderia ajudar a impulsionar as candidaturas do PMDB nos pequenos municípios, dependentes de apoio federal, ainda mais no atual momento de grave crise econômica.

"O PMDB fecha a eleição como o partido mais votado do País, elegendo o maior número de prefeitos. Esta eleição é um momento de afirmação política do PMDB e serve de base para transformações que queremos fazer", afirmou o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR).

"A tendência das pessoas é estar ao lado do governo", disse o secretário-geral do PMDB, deputado Mauro Lopes (MG), para quem Temer, se estivesse nas campanhas, poderia virar disputas como a do Rio, onde Pedro Paulo luta para chegar ao segundo turno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimas notícias