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Anistia à caixa 2 é tentativa de perdoar corrupção, afirma Dallagnol

''É a manobra mais radical do que vista na Itália'', disse referindo-se à série de leis que dificultaram a investigação de políticos após a Operação Mãos Limpas

Estadão Conteúdo
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Publicado em 28/11/2016 às 12:09
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''É a manobra mais radical do que vista na Itália'', disse referindo-se à série de leis que dificultaram a investigação de políticos após a Operação Mãos Limpas - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Para o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, a proposta de anistiar o caixa 2 de campanha é na verdade uma tentativa de se perdoar corrupção e lavagem de dinheiro, inclusive dos crimes que estão sendo investigados pela Lava Jato.

"A Lava Jato não investiga crime eleitoral. Eles redigiram essa anistia, que, com giro de linguagem, é uma anistia à corrupção para fins eleitorais e à lavagem de dinheiro para fins eleitorais. É a manobra mais radical do que vista na Itália", disse referindo-se à série de leis que dificultaram a investigação de políticos após a Operação Mãos Limpas. 

Ele afirmou, no entanto, que não acredita que o "parlamento esteja encampando" a proposta de anistia. "Foi uma reação de determinados investigados contra a investigação." Mas o procurador expressou preocupação que o tema volte ao Congresso quando a Lava Jato não tiver mais a mesma visibilidade. "O mesmo anseio continua latente e vai se expressar em momento breve. Talvez tenhamos tido sorte de que foi proposta tão radical."

Quebra de decoro

Dallagnol criticou ainda a proposta de criminalizar juízes e promotores por quebra de decoro, proposição que caiu no projeto de lei contra a corrupção que tramita no Congresso. "Podemos caracterizar esse projeto, a forma como foi escrito, como projeto de lei da intimidação". O procurador participa nesta segunda-feira, 28, de debate sobre as 10 medidas Contra a Corrupção na FGV Direito Rio.

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