Um abaixo-assinado criado no site "Change.org" pressiona o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir a prisão dos irmãos Joesley e Wesley Batista, empresários da JBS que fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Nas delações dos executivos da empresa, são citados diversos políticos envolvidos em esquemas de propina, como a ex-presidente Dilma Roussef, o ex-presidente Lula, o senador Aécio Neves (PSDB) e o próprio presidente da República, Michel Temer (PMDB). A petição, criada na sexta-feira (19) já conta com 54.854 apoiadores.
No texto do abaixo assinado, há críticas aos benefícios que os irmãos Batista obtiveram com a delação, comparados à situação de outros delatores da Operação Lava Jato. "O acordo fechado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista prevê que os dois executivos não correm o risco de serem presos, nem de usar tornozeleira eletrônica, como executivos de outras empresas envolvidas na Lava Jato. Além disso, ficou acertado que eles poderiam continuar no comando de suas empresas e deixar o país".
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"Corruptores, pagaram propinas, subornaram, compraram o silencio de políticos corruptos com mesada mensal, usaram dinheiro do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) para construir sua fortuna", completa o texto.
Em carta aberta enviada nessa sexta-feira (19) à imprensa pelo presidente da J&F Investimentos, Joesley Batista, o empresário assumiu os erros, mas fez questão de afirmar que os negócios fora do Brasil seguiram preceitos éticos. Segundo alguns advogados, é uma forma de tentar evitar qualquer tipo de investigação em outros países onde atua. A JBS tem unidades espalhadas pelo mundo.
A estratégia do grupo J&F foi feita tomando como base a experiência vivida pela Odebrecht. Segundo fontes próximas à empresa, seria um exemplo a não ser seguido. Porém, mais do que o acordo de leniência da Odebrecht, os executivos do grupo J&F estudaram as delações dos 77 executivos da empresa. Joesley não queria parar na prisão como Marcelo Odebrecht.