Rede, PSOL e PSB protocolaram na noite desta segunda-feira (2) no Conselho de Ética da Câmara representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). A partir da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, os partidos consideram que há "provas fartas", incluindo áudio e vídeo, que podem levar à cassação do mandato do parlamentar.
O peemedebista foi citado na delação por supostamente ter atuado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em troca de propina. A representação sustenta que Rocha Loures recebeu dinheiro não contabilizado para defender interesses privados junto à administração pública. No diálogo captado pelo empresário, Temer indica o deputado para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS) no Cade. "Não temos nenhuma dúvida de que houve quebra de decoro", disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).
Em outra gravação entregue aos procuradores, feita em vídeo dias depois, o parlamentar foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil que teria sido enviada por Joesley. Tanto a conversa com Temer quanto a entrega do dinheiro teriam ocorrido em março, mês em que Rocha Loures assumiu o mandato na vaga deixada pelo atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB). Loures foi assessor especial da Presidência e era suplente de Serraglio. Quando Temer ainda era vice, era Loures quem cuidava de sua agenda.
A representação será encaminhada à Secretaria Geral da Mesa Diretora, que devolverá o pedido ao Conselho para instauração do processo. O primeiro procedimento no colegiado será o sorteio do relator da representação.