Operação da PF apreende mídias, celulares e HDs na JBS

Nova operação mira os ganhos excepcionais de Joesley e Wesley Batista, acionistas da JBS, após as suas delações prestadas no âmbito da Operação Patmos
Estadão Conteúdo
Publicado em 09/06/2017 às 18:34
Nova operação mira os ganhos excepcionais de Joesley e Wesley Batista, acionistas da JBS, após as suas delações prestadas no âmbito da Operação Patmos Foto: Divulgação


A Polícia Federal informou na tarde desta sexta-feira (9) que apreendeu documentos, mídias, telefones celulares e informações de HDs nos dois endereços da JBS que foram alvo da Operação Tendão de Aquiles nesta sexta-feira (9).

Segundo a PF, todas as equipes mobilizadas para cumprimento de mandados de buscas e quatro conduções coercitivas já retornaram à sede da PF na Lapa.

Dos quatro mandados de condução apenas um não foi cumprido porque o alvo "não foi localizado". Os outros três foram levados à Superintendência Regional da PF na Lapa e já foram liberados.

A nova ofensiva da PF, acompanhada da Comissão de Valores Mobiliário, mira ganhos excepcionais supostamente auferidos pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, acionistas da JBS, a partir do uso indevido de informações privilegiadas de suas delações no âmbito da Operação Patmos, que mira o presidente Michel Temer.

O inquérito da PF foi aberto no dia 19 de maio, apenas um dia depois que estourou a Operação Patmos, que mira o presidente Michel Temer. Naquele dia, a CVM publicou o Comunicado ao Mercado 02/2017 que tornou pública a abertura de cinco processos administrativos para apuração de transações que teriam assegurado ao grupo JBS ganhos milionários da noite para o dia no mercado financeiro.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista teriam multiplicado seus ativos com as operações sob suspeita. Eles estão morando com suas famílias em Nova York após fecharem acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

Pivô da grande crise na qual mergulhou o governo Michel Temer, os irmãos da JBS estão livres da prisão, pelos termos do pacto que fecharam, mas seu conglomerado está na mira da PF.

A Operação Tendão de Aquiles rastreia dois eventos: um trata da venda de ações de emissão da JBS S/A na Bolsa de Valores, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A, no final do mês de abril, em período concomitante ao programa de recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017. O outro evento é a compra de contratos futuros de dólar na Bolsa de Futuros e a termo de dólar no mercado de balcão, entre o final de abril e meados de maio de 2017.

Defesa

Em nota a JBS afirmou: "Em relação à operação realizada na sede da J&F e da JBS hoje (09.06), as empresas informam que foram entregues os materiais e documentos solicitados. A Companhia segue colaborando e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários".

Sobre a compra e venda de moedas, ações e títulos, esta é a nota divulgada anteriormente pela companhia:

"Todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações. Em relação às operações de câmbio, a JBS esclarece que gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities. A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais."

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