PF flagra executivo da J&F entregando dinheiro ao primo de Aécio Neves

Entrega foi dividida em quatro partes, cada uma correspondente ao valor de R$ 500 mil
JC Online
Publicado em 10/06/2017 às 11:01
Entrega foi dividida em quatro partes, cada uma correspondente ao valor de R$ 500 mil Foto: Foto: Reprodução


Imagens gravadas pela Polícia Federal (PF) e divulgadas nessa sexta-feira (9) pelo Jornal Nacional mostram o executivo da J&F Ricardo Saudi entregando dinheiro a Frederico Pacheco, primo do senador afastado Aécio Neves (PSDB). Os vídeos mostram duas das quatro entregas referentes ao pagamento de R$ 2 milhões.

Segundo a PF, o dinheiro chegaria às mãos do senador em quatro malas, cada uma com R$ 500 mil. A polícia não acompanhou a entrega da primeira parte, mas a segunda, que aconteceu no dia 12 de abril, no prédio da empresa, foi registrada. Frederico, que já foi tesoureiro de campanha de Aécio, aparece nas imagens conferindo o valor e colocando as notas em uma bolsa. O montante, porém, não coube na pasta, porque estava em notas de R$ 50. Parte do dinheiro, ainda na mala de Saudi, é levada até Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB), que não aparece nos vídeos.

O terceiro encontro, segundo gravado pela PF, aconteceu no dia 19 de abril. A PF registrou a chegada de Frederico ao prédio da JBS e sua saída, acompanhado por Saudi. Do lado de fora, eles encontram Mendherson, que esperava no estacionamento. No vídeo, é possível ver o primo de Aécio colocando o dinheiro no carro de Mendherson e dando um maço de dinheiro ao ex-assessor. A PF seguiu o veículo até Belo Horizonte.

Os investigadores descobriram que R$ 480 mil foram escondidos na casa da sogra de Mendherson, em Nova Lima, Minas Gerais. O ex-assessor contou à polícia que o dinheiro foi escondido às vésperas da operação Patmos e levou os investigadores até o local, onde o dinheiro foi apreendido. A maior parte do dinheiro continua desaparecida.

OUTRO LADO

Ao Jornal Nacional, a defesa de Aécio Neves informou que a quantia seria referente ao empréstimo oferecido por Joesley Batista ao senador afastado para forjar a delação. Por não se tratar de dinheiro público, a defesa afirma ainda que não é possível falar em propina.

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