O empresário Joesley Batista tinha depoimento agendado às 9 horas desta segunda-feira (11) na Superintendência da Polícia Federal de Brasília no âmbito da operação Greenfield, que investiga possíveis irregularidades no aporte de fundos de pensão em empresas do grupo J&F. Como se entregou à PF de São Paulo no domingo (10), e ainda não foi transferido para o Distrito Federal, o empresário não comparecerá à oitiva.
Na última semana, após o Joesley se ausentar pela terceira vez do depoimento agendado, investigadores da operação foram até o juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal, para debater sobre os procedimentos a serem adotados para obrigar o empresário a depor. Para os investigadores, o acordo de colaboração premiada prevê a obrigação de Joesley em comparecer sempre que necessário às convocações relacionadas a investigações em andamento.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os investigadores chegaram a propor o confisco do passaporte do empresário para evitar que ele deixasse o País e fosse prestar as informações necessárias para a apuração que mira aportes de dois fundos de pensão na Eldorado Celulose, empresa de papel do grupo J&F. A proposta não foi aceita pelo juiz.
Preso por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por conta da possível omissão de informações em seu acordo de colaboração premiada, Joesley Batista e executivos do grupo J&F também têm enfrentado problemas nas investigações que correm na 1ª instância de Brasília. Além da Greenfield, investigadores da Bullish, ação que mira empréstimos bilionários do BNDES para a JBS, reclamam a cooperação dos delatores na apurações.