'Desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia', diz Temer na ONU

O presidente destacou ainda que o Brasil tem diversidade de etnias, de cultura, de credo, de pensamento e é um país de ''liberdades arraigadas''
JC Online e Estadão Conteúdo
Publicado em 19/09/2017 às 12:13
O presidente destacou ainda que o Brasil tem diversidade de etnias, de cultura, de credo, de pensamento e é um país de ''liberdades arraigadas'' Foto: Foto: Reprodução


Ao discursar na abertura do Debate Geral da 72ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, o presidente Michel Temer reforçou os avanços econômicos no Brasil, condenou o desenvolvimento das armas nucleares e citou o desenvolvimento sustentável como uma prioridade do governo. Segundo o peemedebista, "desmatamento é questão que preocupa.

Durante a sua gestão, Michel Temer tem sido alvo de fortes críticas de ambientalista por conta de, principalmente, duas propostas. A Lei da Grilagem, que perdoa a dívida de pessoas com posse irregular de terrenos, inclusive em áreas que compõem a floresta amazônica, e o decreto que regulamenta a atividade extrativa na Reserva Nacional de Cobre (Renca), entre o Amapá e o Pará, que abriga áreas de proteção ambiental e reservas indígenas, suspenso após pressão da sociedade civil, artistas e órgão como o Ministério Público.

"Meu País está na vanguarda do desenvolvimento na geração de energia de baixo carbono (...) somos líderes em energia hídrica e bio energia. O Brasil, senhoras e senhores, se orgulha de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nesta questão temos concentrado atenção e recursos", disse.

Ainda segundo o discruso do presidente, sem citar a fonte, os dados disponíveis para o último ano mostram a "redução de mais de 20% do desmatamento" na região amazônica.

Um dossiê publicado pelo WWF-Brasil em maio de 2017 apontou que cerca de 10% do território das unidades de conservação do Brasil corre o risco de ser extinto, por pressão de setores econômico e políticos, com apoio explícito do Congresso Nacional.

Alinhado com o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Michel Temer também reforçou a necessidade de reforma na ONU. Segundo o presidente brasileiro, a "ONU continua representando a esperança, a paz e a prosperidade para o mundo".

Crise e conflitos

Temer ainda citou o enfrentamento da crise no Brasil e confirmou a assinatura do tratado de proibição de armas nucleares, além de criticar o terrorismo e os conflitos ao redor do mundo, sobretudo no oriente médio.

"De Barcelona a Cabul, de Alexandria a Manchester, reiteradas manifestações de violência covarde não nos deixam esquecer o mal do terrorismo", disse o presidente ao falar dos recentes ataques terroristas ao redor do mundo. "É mal que se alimenta dos fundamentalismos e da exclusão, e a que nenhum país está imune "

Para combater o terrorismo, Temer cobrou a união entre países. "A união se impõe. Ainda mais em face da capacidade do terrorismo de adaptar-se aos tempos e aos terrenos. Não seremos acuados pelo terror nem permitiremos que ele abale nossa crença na liberdade e na tolerância", disse ele. "Apenas de forma coordenada e articulada daremos combate eficaz ao tráfico de pessoas, de armas, de drogas, à lavagem de ativos", afirmou Temer.

O presidente destacou ainda que o Brasil tem diversidade de etnias, de cultura, de credo, de pensamento e é um país de "liberdades arraigadas". "Mais que tudo, é dessa diversidade que tiramos nossa força como nação. Rechaçamos o racismo, a xenofobia e todas as formas de discriminação", disse ele.

"Temos, hoje, uma das leis de refugiados mais modernas do mundo. Acabamos de modernizar também nossa lei de migração, pautados pelo princípio da acolhida humanitária. Temos concedido vistos humanitários a cidadãos haitianos e sírios. E temos recebido milhares de migrantes e refugiados da Venezuela."

 

 

 

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