Os brasileiros já representam 45,6% do total de médicos participantes do Programa Mais Médicos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3), em Brasília, durante a recepção de 1.375 profissionais que aderiram ao último edital do programa, são médicos brasileiros com diploma estrangeiro, a maioria formados na Bolívia, Argentina e no Paraguai.
Segundo o Ministério da Saúde, somando os médicos diplomados no Brasil, já são 8.316 brasileiros no programa. A meta do governo é, gradualmente, substituir os profissionais cubanos que completam três anos de trabalho no país, à medida que os brasileiros se interessem pelas vagas.
Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a prioridade é ampliar a participação nacional e melhorar o atendimento à população. “Esse é mais um trabalho no sentido de melhorar a qualidade e resolutividade da Atenção Básica. Queremos que 80% de todos os problemas de saúde da população sejam resolvidos no posto de saúde e que todos os médicos pratiquem um atendimento humanizado e qualificado”.
Criado em 2013, o objetivo do Mais Médicos é ampliar a assistência na Atenção Básica, levando médicos para as regiões mais carentes de profissionais, no atendimento a cerca de 63 milhões de brasileiros. Em mais de mil municípios, os médicos do programa são os únicos na cobertura da Atenção Básica.
O programa conta com 18.240 vagas em mais de 4 mil municípios e 34 distritos indígenas. Do total de médicos participantes, 47,1% são profissionais cubanos, contratados por meio do acordo de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), 45,6% são brasileiros formados no Brasil ou no exterior e 4,16% são intercambistas. As demais vagas estão abertas para reposição.
Os novos profissionais, recepcionados hoje, iniciam o trabalho a partir da próxima segunda-feira (9) em cerca de 800 municípios de 25 estados e no Distrito Federal, além de oito distritos indígenas. Entre as regiões, o Sudeste vai receber o maior número de profissionais, 565; o Sul e o Nordeste vem logo em seguida, com 329 e 296 médicos, respectivamente.
Em setembro, os novos médicos passaram pelo módulo de acolhimento do programa e participaram de oficinas educacionais sobre diversos temas, como a legislação referente ao Sistema Único de Saúde, protocolos clínicos e código de ética médica. Por fim, eles realizaram uma avaliação de conhecimento, necessária para a aprovação do profissional no programa.
Para participar do Mais Médicos, o médico estrangeiro ou brasileiro formado no exterior não precisa passar pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida).
Esta é a segunda fase desse edital do Mais Médicos. A primeira foi voltada exclusivamente aos médicos brasileiros formados no país.
Segundo o Ministério da Saúde, foi feito um levantamento das cidades atendidas por profissionais cubanos que mais poderiam atrair brasileiros e a expectativa é realizar 4 mil substituições até 2019, reduzindo o número de participantes cooperados no programa. Até o momento, mais de mil postos já foram substituídos por brasileiros.
Para ampliar a participação de brasileiros no programa, desde 2016, médicos formados por instituições de qualquer país podem se inscrever. A regra anterior só permitia inscrições de profissionais de países que possuíam uma proporção maior de médicos do que o Brasil (1,8 médico para cada mil habitantes). Isso abriu a possibilidade para brasileiros formados no Paraguai e na Bolívia atuassem no programa.
Além do provimento emergencial de médicos, o programa visa à formação de médicos e especialistas, além de ações voltadas à infraestrutura. Desde 2013, já foram criadas 8.133 novas vagas de graduação em medicina.