O deputado Julio Delgado (PSB-MG) é novo líder do PSB na Câmara dos Deputados, destituindo a deputada, 'pró-Temer', Tereza Cristina (PSB-MS). Julio conseguiu colher as 19 assinaturas necessárias para destituir a líder da sigla antes da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça.
Júlio Delgado tinha pressa para conseguir as assinaturas necessárias antes que os ministros pernambucanos Raul Jungmann (PPS), da Defesa e Fernando Filho (PSB), de Minas e Energia, reassumissem os seus cargos de deputados federais, inviabilizando a assinatura de Severino Ninho (PSB) e Creuza Pereira (PSB), seus suplentes, que apoiaram a destituição de Tereza Cristina.
Para mudar oficialmente a liderança de um partido, é preciso recolher a assinatura da maioria mais uma da bancada, no caso do PSB, 36 deputados. Com as assinaturas suficientes, é protocolado um ofício informando a mudança à Mesa Diretora.
O novo líder do PSB agora trabalha para fazer as mudanças na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), retirando Fábio Garcia (PSB-MT) e Danilo Forte (PSB-CE) para substituí-los por parlamentares da ala anti-Temer, que votarão pela admissibilidade da denúncia.
Os suplentes são os deputados Danilo Cabral (PSB-PE), Gonzaga Patriota (PSB), Hugo Leal (PSB-RJ) e João Fernando Coutinho (PSB-PE), mas o líder pode escolher outros parlamentares da bancada para ocuparem as vagas de titulares. Danilo já entra na votação de hoje, pois substitui Tadeu Alencar, que cumpre agenda na China.
Oficialmente, Fernando Coelho e Raul Jungmann retomaram o mandato parlamentar para garantir a apresentação de emendas individuais ao Orçamento de 2018. O retorno dos ministros ainda não foi formalizado na Câmara.
Delgado disse que pretende protocolar no período da manhã na Secretaria Geral da Mesa Diretora a lista pedindo a saída de Tereza da liderança, antes que os ministros reassumam o mandato. Se eles assumirem a função antes do protocolo da lista, as assinaturas de Ninho e Creuza serão desconsideradas.
O PSB vive uma crise interna por causa do racha na bancada, dividida entre o grupo pró-Michel Temer e o grupo de oposição ao governo. Essa divisão fica mais evidente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o partido tem quatro vagas.
No colegiado, dois votam a favor do arquivamento da denúncia e outros dois pela admissibilidade do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A direção do partido fechou questão a favor da denúncia, mas só Delgado e Tadeu Alencar (PE) seguirão a determinação partidária.
Se Tereza for destituída, Delgado trabalha para assumir a vaga. A ideia é tirar da CCJ os deputados Danilo Forte (PSB-CE) e Fábio Garcia (PSB-MT), os governistas que são titulares na comissão.
Tereza, Danilo, Fábio e o ministro enfrentam um processo de expulsão do partido. A saída forçada dos filiados só não se concretizou na segunda-feira, 16, porque o Tribunal de Justiça do Distrito Federal manteve uma liminar proibindo o PSB de expulsá-los.