Em mais uma investigação da Lava Jato, os nomes de Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil, e de Geddel Vieira Lima, ex-ministro no Governo Temer, foram encontrados em documentos no sistema eletrônico da Odebrecht. A documentação mostra que pagamentos foram feitos pela empreiteira aos políticos do PMDB, incluindo os ex-deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Alves (RN), além do ministro da Secretaria-geral Moreira Franco, também da sigla.
Os arquivos estão sendo anexados à segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).
A matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo mostra que a investigação partiu da Secretaria de Pesquisa e Análise (SPEA), da PGR, e o inquérito realizado entre 27 de julho e 8 de setembro deste ano. Ela comprova de que não há indícios de fraude na documentação.
No relatório, Padilha e Geddel aparecem com os codinomes "Fodão" e "Babel", respectivamente, na planilha. "Angorá", "Fanho" e "Calota" foram os escolhidos para denominar Moreira, Alves e Eduardo Cunha, respectivamente. Eles são acusados de operar arrecadação de recursos da empreiteira para o partido.
No total, 1,7 milhões de arquivos foram analisados, entre e-mails e planilhas do sistema da empresa.
Como o inquérito envolve codinomes, a investigação pulará para mais uma etapa, para a confirmação dos nomes.
Para Padilha, a investigação conta que foi feito um pagamento de R$ 200 mil para o "Fodão", em 27 de julho de 2010. Mais R$ 200 mil, em agosto de 2010. Além disso, há documentações que apontam que o ministro teria recebido mais R$ 4,6 milhões, entre 2008 e 2014, e R$ 1,7 milhões, em 2014.
Geddel, teria recebido R$ 155 mil, em 2010, sob o codinome de "Babel".
Ao Ministro da Secretaria-Geral Moreira Franco, que estava com o apelido de "Angorá", teriam sido destinados cerca de R$ 7 milhões.
O ex-deputado federal Henrique Alves (RN), que está preso, estava apelidado em documentos como "Fanho", que teria recebido R$ 2 milhões, e "Rio Grande", recebendo R$ 112 mil. Além de uma quantia de U$$ de 67,2.
Eduardo Cunha teria recebido R$ 300 mil, em 2014, ao nome de "Calota". E entre 2010 e 2014, R$ 3,05 milhões, como "Acadêmico". Além de ter recebido R$ 28,6 milhões, entre 2008 e 2014.
Na reportagem da Folha, nenhum dos apontados confirmam as acusações e a defesa de Cunha não foi encontrada.