O juiz Marcelo Bretas, da 7 Vara Federal Criminal, acatou, nesta segunda-feira (23), o pedido feito pelo Ministério Público Federal para a transferência do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) de um presídio do Rio de Janeiro para um presídio federal.
O pedido do MPF foi feito durante a oitiva de Cabral, ainda nesta segunda.Durante o depoimento, o ex-governador falou sobre supostos negócios da família de Bretas no ramo de "bijouterias", além da suposta concretização da delação de Renato Pereira, ex-marqueteiro do PMDB.
O ex-governador do Rio Sergio Cabral admitiu, em interrogatório, que comprou joias para sua mulher, Adriana Ancelmo, com dinheiro proveniente de caixa 2 de campanha eleitoral. Ele negou que o dinheiro fosse fruto de propina ou de superfaturamento em contratos do governo estadual.
Cabral responde a uma denúncia por lavagem de dinheiro cometida com a compra de joias em espécie, sem nota fiscal ou certificação nominal, revelada após a celebração de acordo de colaboração premiada por parte da joalheria.
De acordo com o MPF, por cinco vezes, os acusados adquiriam joias e pedras preciosas, num valor total de R$ 4,5 milhões, com propósito de ocultarem ou dissimularem a origem do dinheiro derivado de crimes praticados pela organização criminosa.
Cabral negou ainda o superfaturamento de obras em seu governo, alegando que executivos da Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez teriam negado esta afirmação em depoimento na semana passada. Conforme a Justiça Federal do Rio de Janeiro, o despacho de Bretas foi feito já nesta segunda, mesmo dia da ouvida do ex-governador.