Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (31), o candidato à Presidência pelo Partido Novo, João Amoêdo, disse que além dos bancos públicos e Correios deve privatizar a Eletrobras e a Chesf. A pauta foi travada no Congresso e com as eleições de outubro, dificilmente deve ser votada neste ano. "Somos favoráveis à privatização da Eletrobras para o fornecimento de energia para todos os consumidores. Hoje, a empresa não consegue investir. Mas é claro os políticos tem resistência pois é uma forma de colocar apadrinhados e essa conta volta para o brasileiro", comentou.
Maior empresa de energia do País, a Eletrobrás sempre atraiu o interesse da classe política. Os parlamentares usam seus apadrinhados para conceder favores que podem render votos, como obras em ritmo acelerado nos lugares em que estão seus eleitores ou patrocínio de eventos esportivos e culturais com recursos das estatais. Nos casos mais extremos, há os esquemas de corrupção e de financiamento irregular de campanhas, como os investigados pela Operação Lava Jato em Angra 3.
João Amoêdo aponta que, além do sistema elétrico, o apadrinhamento atrapalha setores como saúde e educação. "quando candidato assume à Presidência a primeira coisa que ele faz é perguntar quem vai indicar alguém para Saúde. Esse é o problema a gestão pública tem um problema de gestão, não temos pessoas competentes cuidando do assunto e na educação tem uma qualidade sofrível", comentou.
O candidato defende um aumento na concorrência para acabar com monopólios como o da Petrobras. "Com várias empresas ofertando o combustível você, através da guerra de preço e da competição, os preços serão melhores, haverá produtos de mais qualidade. O fato de você ter um único só fornecedor acaba com que o preço fique alto, quem paga a conta é o consumidor brasileiro", comentou Amoêdo durante evento no Recife.
Signatário do pedido do seu partido para barrar a participação no horário eleitoral do ex-presidente Lula, João Amoêdo afirmou nesta que espera que o petista seja retirado da disputa. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou uma sessão extraordinária para esta sexta-feira (31), às 14h30, para decidir sobre a propaganda. Ele disse que é normal Lula estar na frente das pesquisas por ter sido presidente e ser mais conhecido pelos eleitores. "Mas entendo que ao longo do tempo isso muda, pois não acredito que ele venha a concorrer. Acho que o TSE vai barrar", disse.
O pedido de registro do petista é alvo de 16 contestações no TSE – uma delas é a do partido de Amoêdo. Preso desde o dia 7 de abril por ter sido condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, Lula teve a candidatura à presidência registrada pelo PT no início do mês. Se a Justiça Eleitoral impedir a participação dele na disputa, baseada na Lei da Ficha Limpa, o partido pretende lançar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, hoje inscrito como vice, para a presidência e a deputada estadual do Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila (PCdoB) para vice.
O Novo pediu para suspender os direitos de Lula realizar gastos de recursos oriundos do Fundo Partidário e do bilionário Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), impedir a participação do petista em debates, barrar a realização de qualquer tipo de propaganda eleitoral e vetar a destinação de tempo para que o ex-presidente participe da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. A defesa de Lula afirma que a legislação é clara e garante ao petista a participação no horário eleitoral no rádio e na televisão enquanto sua candidatura estiver sendo questionada judicialmente.
O horário eleitoral começa nesta sexta-feira (31). A expectativa dentro do TSE é a de que seja levado ao plenário o pedido de medida cautelar para barrar a presença de Lula no horário eleitoral (formulado pela Procuradoria-Geral da República e pelo Partido Novo), mas ministros não descartam a possibilidade de o próprio registro do ex-presidente ser julgado.