O líder do governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Senado Federal, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), disse ter recebido "com tristeza" a notícia da prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) pela Força Tarefa da Operação Lava Jato na manhã desta quinta-feira (21). O senador é do partido de Temer e foi líder do seu governo entre os meses de agosto e dezembro de 2018.
"Com tristeza, recebemos a notícia da prisão preventiva do ex-presidente da República Michel Temer. Neste momento, reiteramos a nossa confiança nas instituições e esperamos que os fatos investigados sejam esclarecidos", disse nota enviada pela assessoria de Fernando Bezerra.
Em nota, o MDB, criticou a postura 'açodada', rápida, da Justiça nas prisões. O ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, preso nesta quinta (21), também é filiado ao partido.
"O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", diz a nota.
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Prisão
O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi preso na manhã desta quinta-feira (21) em São Paulo pela Força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro em investigação sobre a edição de uma MP que favorecia uma empresa no Porto de Santos. O ex-ministros da Casa Civil, Moreira Franco, também é alvo de mandado de prisão. Franco foi preso no Rio de Janeiro.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pela Lava Jato no Estado. O magistrado tomou como base a delação do operador do MDB Lúcio Funaro, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2017, para determinar a prisão de Temer e Moreira Franco.
Segundo o jornal O Globo, a delação de Funaro, homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, tem 29 anexos que explicam em detalhes como funcionava o esquema de corrupção no Congresso, chefiada por caciques do antigo PMDB (hoje MDB), como os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso em Curitiba, e Henrique Eduardo Alves, além dos ex-ministros Geddel Vieira Lima, que foi preso há 6 meses, Moreira Franco e do ex-vice governador do Distrito Federal, Tadeu Filippeli, que foi assessor especial de Temer.
A colaboração de Lúcio Funaro também atinge o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani e o empresário de ônibus Jacob Barata, com atuação no RJ.