Governo e oposição fecharam um acordo nesta terça-feira (26) para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, compareça à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no dia 3 de abril - quarta-feira da próxima semana, para debater a proposta de reforma da Previdência. Com isso, não foi necessária a votação de uma convocação obrigatória ao ministro.
O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), propôs que a convocação de Guedes não fosse votada e se comprometeu com a vinda do ministro na próxima semana.
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O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), exigiu que o novo acordo seja cumprido. Guedes não compareceu à comissão nesta terça, enviando no seu lugar o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, que não foi ouvido pelos parlamentares. "Esse segundo acordo sobre vinda de Guedes terá que ser cumprido à risca. Já tive muita paciência em relação ao primeiro acordo, firmado na semana passada", afirmou
Antes de reabrir a sessão, ele negou a jornalistas que esse acordo esteja condicionado ao adiamento da escolha do relator da reforma da Previdência até que Guedes venha ao parlamento. "Não vou sofrer pressão de ninguém", reforçou Francischini, sobre a escolha do relator.
Essa condição havia sido colocada pela oposição, segundo o líder do grupo na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ). Molon afirmou que o parlamento não pode aceitar "chantagem" de Guedes em relação à sua intenção de comparecer à CCJ apenas depois da escolha do relator para a reforma.
O vice-líder do PT, José Guimarães (CE), presente à reunião que selou o acordo entre as lideranças, disse que, se Guedes não comparecer à comissão diante desta "nova chance", a oposição aprovará a convocação. Diante do acerto, os parlamentares desistiram de ouvir o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.