Nascido em Caetés, no Agreste do Estado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se descreveu como um "pernambucano teimoso" durante a entrevista que concedeu aos jornais El País e Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (26). A declaração veio antes do petista dizer que pretende provar sua inocência e sair da prisão com a cabeça erguida.
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"Eles sabem que têm aqui um pernambucano teimoso. Eu digo sempre, quem nasceu em Pernambuco e não morreu de fome até os 5 anos, não se curva mais a nada. Você pensa que eu não gostaria de estar em casa? Adoraria estar em casa com minha mulher, meus filhos, meus netos, meus companheiros, mas não faço nenhuma questão porque eu quero sair daqui com a cabeça erguida como eu entrei, inocente, e eu só posso fazer isso se tiver coragem e lutar por isso", disse.
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Entrevista na prisão
Na primeira entrevista desde que foi preso, em abril de 2018, o ex-presidente disse que o Brasil precisa fazer uma autocrítica e tem sido governado "por um banco de maluco". Ele agradeceu ainda a solidariedade do vice-presidente Hamilton Mourão quando da morte do neto dele, Artur.
"Vamos fazer uma autocrítica geral neste País. O que não pode é este País estar governado por esse bando de maluco. O País não merece isso, e sobretudo o povo não merece isso", disse o ex-presidente.
Aos jornalistas, Lula afirmou que era "grato" a Mourão "pelo que ele fez na morte do meu neto". O ex-presidente disse que, se sair da prisão, quer "conversar com os militares" para entender o ódio ao PT.
O petista criticou ainda o ministro da Justiça, Sergio Moro. Para ele, o ex-juiz, que o condenou à prisão, "não sobrevive na política". "Eu tenho certeza de que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. E tenho certeza de que o (Deltan) Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme."
Segundo o relato do jornal, os jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas tiveram de ficar a quatro metros do ex-presidente. Lula respondeu às perguntas diante de uma mesa, da qual os entrevistadores não podiam se aproximar. A Polícia Federal informou aos presentes que a medida era o cumprimento de um protocolo de segurança comum a todos os presos.