Mensagens Vazadas

Veja principal linha de argumentação de Moro no Senado

Por muitas vezes em suas respostas, o ministro diz que tem dúvidas sobre a autenticidade das mensagens

Da editoria de Política
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Publicado em 19/06/2019 às 12:21
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por muitas vezes em suas respostas, o ministro diz que tem dúvidas sobre a autenticidade das mensagens - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Após mais de três horas de audiência com senadores que formam a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (19), o ministro da Justiça, Sergio Moro, usou uma linha de argumentação bastante clara. Na maioria das suas respostas, o antigo juiz questiona a autenticidade das conversas vazadas pelo site The Intercept nos últimos dias.

Por diversas vezes, Moro diz que houve um 'ataque criminoso' ao seu celular e aos aparelhos de procuradores. Moro ainda disse que por muitas vezes não se lembra de algumas mensagens divulgadas, o que segundo ele, poderiam ter sido 'adulteradas' antes da divulgação do site jornalístico. 

"Eu saí do Telegram e não tenho essas mensagens para afirmar se são autênticas ou não. Tem algumas coisas que eventualmente posso ter dito. E algumas que me causam estranheza. Mas vejo que podem ser parcialmente adulteradas. Por isso, desde o início sempre nos referimos como supostas mensagens, pois não tenho como verificar a legitimidade de material", afirmou Moro.

Quando questionado sobre a impropriedade das mensagens, Sergio Moro afirmou várias vezes que seriam normais e que os "diálogos absolutamente corriqueiros na tradição jurídica brasileira". Outro ponto bastante mencionado pelo ministro é a importância da Operação Lava Jato no combate a corrupção no Brasil. Para isso, Moro volta a afirmar que não se sabe ainda o alcance dos ataques feitos pelos hackers e que podem afetar as conquistas institucionais obtidas nos últimos anos.

"Tirando o sensacionalismo e pessoas que equivocadamente se convenceram sem espirito crítico, minha percepção é que existe um apoio massivo à Lava Jato", acrescenta. 

Confira a linha de argumentação do ministro aos senadores:

- Houve um ataque aos telefones de procuradores da Lava Jato;

- Ele trocou mensagens com os procuradores;

- Moro diz não pode garantir que o que foi divulgado pelo The Intercept Brasil é fiel ao conteúdo delas ("elas podem ter sido adulteradas");

- Ele não tem como comprovar a veracidade do conteúdo porque não tem mais o aplicativo faz tempo;

- Moro chama de "supostas mensagens" e diz que elas, entretanto, não revelam impropriedade. "São diálogos absolutamente corriqueiros na tradição jurídica brasileira";

- O ataque foi orquestrado por um grupo organizado, não por um hacker isolado;

- O objetivo do ataque é "minar os esforços anticorrupção que foram uma conquista da sociedade brasileira";

Sessão 

A reunião na CCJ começou as 9h20, com 20 minutos de atraso. A previsão é de que, após a fala do ministro Moro, os senadores inscritos, intercalados por ordem de partido, tenham cinco minutos para perguntas.

O ministro tem o mesmo tempo para resposta e, depois, os parlamentares terão prazo máximo de dois minutos para réplica e tréplica. Transmitida pelas redes sociais do Senado, a reunião permite a participação da população, que pode enviar perguntas por meio dos canais oficiais.

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