O site The Intercept Brasil divulgou, neste domingo (21), uma nova reportagem que integra a série Vaza Jato, sobre supostas conversas privadas entre procuradores do Ministério Público Federal. No novo lote de conversas publicadas, Deltan Dallagnol procurador da república e coordenador da força-tarefa da Lava Jato teria sugerido que o então juiz Sergio Moro protegeria Flavio Bolsonaro no caso Queiroz para não desagradar o presidente Jair Bolsonaro e garantir a indicação para vaga no STF.
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As conversas datam de dezembro de 2018 e janeiro deste ano e estão na 11ª parte da série de reportagens publicadas pelo site. Nos novos diálogos publicados, Dallagnol e outros procuradores repercutem uma notícia do portal UOL sobre o caso Queiroz. “É óbvio o q aconteceu… E agora, José?”, teria dito o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em um momento da conversa.
Dallagnol teria pedido a opinião dos colegas sobre os desdobramentos do caso e de como seria a reação de Moro. A procuradora Jerusa Viecilli, teria criticado a aproximação de Moro com o governo Bolsonaro, respondendo “Falo nada … Só observo ”. Ainda refletindo sobre a repercussão, Dallagnol teria deixado dividido com os colegas várias afirmações e questionamentos. “Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo? Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?”, digitou.
Entrevista ao Fantástico
Também nas supostas conversas publicadas pelo The Intercept neste domingo, o procurador da república Deltan Dallagnol teria relutado e desistido de conceder uma entrevista sobre foro privilegiado ao Fantástico da Rede Globo por receio de que tivesse que falar também das tentativas de Flávio Bolsonaro de usar o foro privilegiado para barrar as investigações.
Os diálogos
Os supostos diálogos que estão sendo publicados pelo The Intercept fazem parte de um pacote de mensagens que o portal começou a revelar no dia 9 de junho, na série conhecida como Vaza Jato. De acordo com o site, as conversas fazem parte de um lote de arquivos secretos enviados por uma fonte anônima. "O único papel do Intercept foi receber o material da fonte, que nos informou que já havia obtido todas as informações e estava ansioso para repassá-las a jornalistas", informa o site em uma das primeiras reportagens publicadas.