BRUMADINHO

Relator da CPI de Brumadinho vai pedir indiciamento de 22 por homicídio doloso

O rompimento da barragem em Brumadinho deixou centenas de mortos e dezenas de desaparecidos

Estadão Conteúdo
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Publicado em 28/10/2019 às 21:09
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros-MG
O rompimento da barragem em Brumadinho deixou centenas de mortos e dezenas de desaparecidos - FOTO: Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros-MG
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o desastre em Brumadinho (MG) se reúne nesta terça-feira (29) para apresentação e discussão do parecer do relator, deputado Rogério Correia (PT-MG). O texto vai pedir o indiciamento da Vale do Rio Doce e da empresa alemã Tüv Süd por crime socioambiental e corrupção empresarial.

"Eles agiram em conluio e esconderam dados do governo", disse Correia. "Além de crime ambiental, vão ser indiciados diretores, inclusive por homicídio doloso", afirmou. O relatório pede o indiciamento por homicídio doloso e lesão corporal dolosa de 22 diretores da Vale, engenheiros e terceirizados, entre eles o ex-presidente da mineradora, Fabio Schvartsman.

Rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG)

Em 25 de janeiro deste ano, uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) se rompeu, matando centenas de pessoas e deixando dezenas desaparecidas. O reservatório já estava inativo, segundo a Vale, mas continha 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração, que atingiu funcionários e moradores da região. O último corpo encontrado, no dia 19 deste mês, elevou para 252 o número de mortes. Outras 19 pessoas seguem desaparecidas.

Segundo o relator Correia, na terça, na comissão ele também fará a denuncia de outras 20 barragens que estão com risco de rompimento, todas em Minas Gerais.

Na última segunda-feira, 21, o relator e o presidente do colegiado, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), estiveram em Berlim (Alemanha) para entregar documentos e dados técnicos a autoridades alemãs para auxiliar na apuração e punição dos responsáveis pelo rompimento da barragem.

Em setembro, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que apura o rompimento da barragem, pediu o indiciamento do presidente da Vale por homicídio com dolo eventual. Correia disse que reuniu em seu relatório o trabalho desta e de outras comissões que foram feitas para investigar o rompimento.

"Fizemos um trabalho muito conjunto, tivemos a colaboração. Tínhamos muitas peças", disse. Ele espera que o relatório seja aprovado nesta terça-feira, mas disse que já há outra data reservada para votação, no dia 5, caso seja feito algum pedido de vista. A reunião está prevista para as 14h30.

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