Neste domingo (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso disse ter convicção de que a democracia no Brasil não está em risco e considerou "contundente" a reação da sociedade às declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre o AI-5 durante a semana.
"Vivemos uma onda conservadora, mas é preciso não confundir conservadorismo com autoritarismo", disse o ministro durante um talk-show no clube Hebraica, em São Paulo, no encerramento da 50º Convenção Anual da Conib (Convenção Israelita do Brasil). "O que eu diria é que o mundo vive um momento difícil em relação à democracia", acrescentou.
Leia Também
- Eduardo Bolsonaro pede desculpas e diz que 'não existe qualquer possibilidade de retorno ao AI-5'
- Igor Maciel: Ao propor AI-5, Eduardo Bolsonaro despreza os próprios eleitores
- Eduardo Bolsonaro: 'se pudesse voltar atrás, talvez não falasse em AI-5'
- Ministro Barroso arquiva inquérito contra Arnaldo Jardim
- A pedido da defesa, Barroso manda caso de Eduardo Bolsonaro para Juizado Especial
Democracia, discurso de ódio e mudanças eleitorais foram os temas abordados pelo ministro no encontro. Barroso foi aplaudido longamente pela plateia presente no Teatro Anne Frank. Citando um dos autores de "Como as Democracias Morrem", Steven Levitsky, Barroso disse que a erosão democrática hoje vem de líderes eleitos. "É preocupante, precisa ficar atento. Mas a democracia brasileira é muito resiliente", disse.
Barroso defendeu, ainda, uma mudança no sistema eleitoral, com base no voto distrital. "Acho que se não mudarmos o sistema eleitoral, vamos ficar andando em círculos".