A defesa do ex-presidente Lula (PT) pediu a soltura imediata do petista na manhã desta sexta-feira (8). A informação foi divulgada pela presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, que oficialmente faz parte da defesa de Lula. O pedido de liberdade de Lula acontece após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar, por seis votos a cinco, a prisão após condenação em segunda instância inconstitucional na noite dessa quinta-feira (7).
A defesa já pediu a soltura imediata de Lula e estamos entrando para conversar com ele. Esperamos que ainda hoje Lula esteja na vigília #LulaLivre, abraçando e agradecendo todis que durante estes 580 dias ficaram ao seu lado, no maior exemplo de solidariedade e resistência.
— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) November 8, 2019
Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, já haviam anunciado na quinta que ingressariam com o pedido. "Levaremos ao juízo da execução um pedido para que haja sua imediata soltura com base no resultado desse julgamento do STF, além de reiterarmos o pedido para que a Suprema Corte julgue os habeas corpus que objetivam a declaração da nulidade de todo o processo que o levou à prisão em virtude da suspeição do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da Lava Jato, dentre inúmeras outras ilegalidades", disseram, em nota, os advogados na noite da quinta.
Nesta sexta, Zanin concedeu entrevista coletiva em frente à sede da PF em Curitiba e afirmou que pediu celeridade da Justiça na expedição do alvará de soltura de Lula, que, segundo ele, recebeu a decisão do STF com serenidade. O advogado reforçou ainda que o desejo da defesa é que a condenação do ex-presidente seja anulada e o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, seja considerado suspeito.
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Ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
A expectativa dos aliados do ex-presidente é que ele deixe a carceragem da PF, onde está preso desde 7 de abril de 2018, ainda nesta sexta-feira e, depois de "fazer um grande pronunciamento", vá de jatinho para um ato político no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo. Caso a soltura seja anunciada, os senadores e deputados do partido, além dos militantes acampados em frente à sede da PF, devem se dirigir a Curitiba, com o intuito de recepcioná-lo na saída da carceragem.
"A ideia é Lula voltar para o lugar de onde ele não deveria ter sido levado pela Polícia Federal", afirmou o deputado estadual paulista José Américo. Dada a polarização política e o atentado contra o presidente Jair Bolsonaro, na campanha eleitoral do último ano, há a preocupação de que Lula seja alvo em algum ato de violência.
Mesmo que Lula receba autorização da juíza Carolina Lebbos, da Vara de Execução Penal de Curitiba, para sair da cadeia, ele não poderá concorrer a qualquer tipo de cargo público por conta da Lei da Ficha Limpa. Por outro lado, o petista não será impedido de viajar pelo País nem de participar de atos políticos, segundo o que é previsto no Código de Processo Penal (CPP).