EX-PRESIDENTE

Um dia após sair da prisão, Lula volta ao Sindicato dos Metalúrgicos

Em São Bernardo do Campo, o petista faz o segundo discurso desde que foi solto

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 09/11/2019 às 10:19
Foto: Nelson Almeida/AFP
FOTO: Foto: Nelson Almeida/AFP
Leitura:

Militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e de movimentos sociais de esquerda se concentram, neste sábado (9), em grande número, nos arredores do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz seu segundo discurso após ter sido solto. O PT está transmitindo o ato ao vivo nas redes sociais.

Foto: Nelson Almeida/AFP
Militantes lotaram os arredores do Sindicato dos Metalúrgicos - Foto: Nelson Almeida/AFP
Foto: Nelson Almeida/AFP
Militantes levaram faixas, cartazes e entoaram temas de campanhas antigas do PT - Foto: Nelson Almeida/AFP
Foto: Nelson Almeida/AFP
Apoiadores de Lula chegaram cedo ao Sindicato dos Metalúrgicos - Foto: Nelson Almeida/AFP
Foto: Nelson Almeida/AFP
- Foto: Nelson Almeida/AFP
Foto: Nelson Almeida/AFP
Lula foi cercado de militantes na chegada ao sindicato - Foto: Nelson Almeida/AFP

Militantes portam faixas e cartazes com dizeres da Campanha "Lula Livre" e cantam palavras de ordem como "Lula lá", trecho de um dos mais famosos jingles de campanha do PT, de 1989. Sobre o caminhão de som em que Lula fará seu discurso, os técnicos fazem os ajustes.

Ao contrário do clima tenso, de preocupação e apreensão, permeado de atos hostis contra a imprensa, que marcou os três dias que antecederam a prisão do maior líder petista, em 2018, hoje o ambiente é de festa. Os seguidores de Lula cantam, dançam, saúdam amigos que não viam desde a última concentração no Sindicato, antes de Lula ser preso.

Muitos ambulantes aproveitam o evento para fazer dinheiro e abastecem a multidão, no local desde as primeiras horas deste sábado, com bebidas e espetinhos de churrasco. O policiamento é grande. Mas os policiais também transitam com tranquilidade no local.

Soltura de Lula

Um ano e sete meses após ser preso na Operação Lava Jato para cumprir pena de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá, o ex-presidente deixou na tarde desta sexta-feira (8) a cela especial da Polícia Federal em Curitiba.

Lula saiu da sede da PF às 17h42 - pouco mais de uma hora depois da expedição do alvará de soltura. Uma multidão de manifestantes saudou o ex-presidente empunhando bandeiras do PT gritando palavras de ordem.

A ordem de soltura do petista foi dada pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba, menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal declarar inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância - caso de Lula.

Lula foi condenado no caso triplex pelo ex-juiz Sergio Moro, atual ministro de Justiça e Segurança Pública, que lhe impôs nove anos e seis meses de reclusão. A pena foi aumenta para 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o Tribunal da Lava Jato. Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a sanção para 8 anos, dez meses e vinte dias de reclusão.

O petista cumpria pena desde a noite de sete de abril de 2018 em uma cela especial dentro da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. O ex-presidente é acusado de receber propinas da empreiteira OAS em troca de contratos da Petrobras.

O repasse teria sido materializado em obras de melhorias e ampliação de um triplex no edifício Solaris, no Guarujá, no litoral paulista, e também por meio do armazenamento de bens que o ex-presidente recebeu durante seus dois mandatos no Planalto, entre 2002 a 2009.

Lula sempre negou o recebimento de vantagens indevidas. Ele é réu em outras ações penais, como no caso do sítio de Atibaia, no interior paulista, pelo qual foi condenado a doze anos e onze meses de reclusão pela juíza Gabriela Hardt em fevereiro deste ano. O caso será julgado no próximo dia 27 pelo TRF-4, que analisará se a sentença será anulada e o processo remetido de volta às alegações finais.

Últimas notícias